As
manchas de óleo que atingiram os nove estados da Região Nordeste estão agora
concentradas em Pernambuco, disse neste domingo (20) o almirante Leonardo
Puntel, comandante de Operações Navais e que coordena as operações
relacionadas ao desastre ambiental.
“Hoje, o que nós temos de
registros é que existem aqui em Pernambuco manchas de óleo na região de
Suape, Cabo de Santo Agostinho e Praia do Cupe”, disse o almirante durante
coletiva para apresentar o balanço das ações no Recife. “No início da tarde,
na Praia de Atalaia, em Aracaju, voltou a aparecer algum óleo e que já está
sendo limpo também. De maneira que no restante dos estados do Nordeste, não há
registro [de manchas de óleo] no momento”, acrescentou.
As manchas de óleo já atingiram
201 localidades de 74 municípios no litoral do Nordeste desde que apareceram no
final de agosto. Já foram encontradas manchas de óleo desde a Reserva
Extrativista (Resex) Cururupu, no Maranhão, a 157 km de São Luís até
a Baia de Todos os Santos, em Salvador, lugar mais ao sul do Nordeste.
Os dados constam do último
balanço divulgado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis (Ibama), em Alagoas, realizado na noite
de ontem (19). De acordo com o Ibama até o momento, 35 animais foram
conhecidamente afetados: 17 tartarugas marinhas que morreram, 11 vivas; duas
aves com óbito e duas vivas; e um peixe morto.
O óleo pode afetar os animais
marinhos de diferentes maneiras – alguns podem ingerir a substância ou ter a
locomoção comprometida pelo contato do óleo com a pele. De acordo com
o Ibama, como medida preventiva, 2.190 filhotes de tartarugas marinhas foram
capturadas preventivamente na Bahia e 624, em Sergipe. Esses animais
ficarão em observação.
As primeiras manchas de óleo no
litoral Nordestino apareceram no final do mês de agosto, nas praias de
Tambaba e Gramame, no município de Conde, e na Praia Bela, em Pitimbu, na
Paraíba. Em setembro, manchas foram localizadas nas cidades de Ipojuca e
Olinda, em Pernambuco.
Limpeza
Ontem, um grupo de mais de 550
pessoas, entre voluntários, servidores estaduais e técnicos municipais
públicos, retirou mais de 30 toneladas de óleo em sete praias de quatro
municípios de Pernambuco. Com a limpeza de sábado já foram retirados
do litoral pernambucano mais de 50 toneladas de óleo nos últimos sete dias.
A operação para retirada de óleo
das praias mobilizou cerca de 200 pessoas do governo de Pernambuco e de outros
órgãos. Além de mais de 350 pessoas, entre voluntários e técnicos das
prefeituras litorâneas, envolvidas nas ações de limpeza das praias.
De acordo com o governo do
estado, a operação envolveu ainda a utilização de três helicópteros para
rastrear possíveis manchas de óleo na costa pernambucana. Além de 30 viaturas,
sete caminhões, duas lanchas, um navio-patrulha da Marinha e seis barcos,
dos quais dois são equipados com mantas e barreiras de contenção.
A ação foi realizada nas praias
do Reduto, em Rio Formoso; Boca da Barra, em Tamandaré; Barra de Sirinhaém, em
Sirinhaém; Mamucabinhas, em Barreiros; Pontal de Maracaípe, Cupe e Muro Alto,
em Ipojuca. O governo contratou ainda barcos que removeram material em
alto-mar, nas imediações da praia de Muro Alto, em Ipojuca.
A Prefeitura de Ipojuca, onde
ficam as praias de Porto de Galinhas e Maracaípe, disse, em nota, que a
operação do sábado retirou mais de quatro toneladas de óleo do
litoral. “Além do Pontal de Maracaípe, também identificamos óleo nas praias de
Camboa, Toquinho, Merepe, Enseadinha, Cupe, Muro Alto e Serrambi. A Praia de
Porto de Galinhas, até as 15h30, não havia recebido nenhuma mancha de óleo, mas
o monitoramento está sendo feito de forma ostensiva nos 33km da orla
ipojucana”, disse a prefeitura.
Segundo o governo do estado,
também foram observadas manchas de óleo ainda nos estuários dos rios Formoso (Tamandaré);
Persinunga (São José da Coroa Grande); Mamucabas (Barreiros) e Maracaípe
(Ipojuca). Foram instaladas barreiras de contenção para impedir a entrada de
óleo na foz dos rios Persinunga (São José da Coroa Grande); Maracaípe
(Ipojuca); Mamucabas e Una, os dois últimos em Barreiros. (Via: Agência Brasil)
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