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sábado, 12 de outubro de 2019

SOBRADINHO: Uma das maiores barragens do mundo, preservou os recursos do Rio São Francisco


Com o início dos empreendimentos da Chesf, foram instaladas também as primeiras barragens, a exemplo de Sobradinho, na Bahia, distante aproximadamente 450 km de Juazeiro (BA) e Petrolina (PE), que garantiu a regularização dos recursos hídricos do São Francisco. Considerado um dos maiores lagos artificiais do mundo, com 4.214 km² de área e 34,1 bilhões de m³ de água, ele funciona como a grande caixa-d’água do Nordeste, acumulando volume suficiente para assegurar a continuidade da geração de energia elétrica e beneficiar os usos múltiplos do rio.

Com períodos bem definidos de vazões elevadas de novembro a maio, a fase úmida, e a seca, com pouca chuva de maio a novembro, o Rio São Francisco teve a sua segurança hídrica garantida com a instalação das barragens. Percorrendo os Estados de Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe, o rio é fonte não apenas para a geração de energia elétrica, como também para o consumo humano, a navegação, o turismo e a irrigação. O polo de fruticultura irrigada em Petrolina, por exemplo, teve o seu desenvolvimento propiciado por Sobradinho.

Por todo o seu caráter estratégico, o Velho Chico é monitorado e acompanhado pela Chesf há 71 anos. As informações coletadas são úteis não apenas para a empresa, mas para todos os demais usuários. Desde 2013, a população enfrenta o pior período de chuvas no São Francisco. Isso fez com que algumas medidas fossem adotadas na convivência com a seca, afetando todos os que fazem uso do rio. O setor elétrico se adequou, gerando menos energia no São Francisco e mais em fontes alternativas, como eólicas, fotovoltaicas, e trazendo energia de outras regiões do País. Mesmo vivendo crise tão severa, não houve problema de atendimento energético no Nordeste. 

No passado, a Chesf operava Sobradinho com uma vazão mínima de 1.300m³/s. Com a escassez das chuvas e a redução no nível do reservatório, foi gradativamente autorizada pelos órgãos competentes, como o Ibama e a Agência Nacional de Águas (ANA), a redução da vazão, tendo sido mantido, em alguns momentos, o valor mínimo de 550m³/s em 2018. Para se ter uma ideia, durante o racionamento do Nordeste, em 2001, a vazão era de 1.000m³/s. 

Atualmente, Sobradinho está com cerca de 36% de sua capacidade e libera uma vazão média de 1000m³/s. Esse gerenciamento tem sido muito mais para a questão hídrica dos usos múltiplos da água do que propriamente para a geração de energia.

A geração de energia tem acontecido também por outras fontes, como a eólica, que já tem uma grande quantidade instalada na região Nordeste. A Chesf incluiu em seu planejamento a implantação de geração solar, sendo esse o caminho que a empresa deve trilhar. A incidência solar abundante no semiárido fez com que fosse instalada uma planta fotovoltaica no Lago de Sobradinho. Pesquisas também apontaram que a instalação das grandes placas solares no lago minimiza a evaporação do reservatório. 

A complementaridade das fontes também é muito significativa na combinação do parque de geração hidrelétrica e da eólica. No período de chuva na Bacia do São Francisco, há pouco vento, mas durante a seca é o inverso. Isso representa uma vantagem significativa para a alternância das fontes. Hoje, as questões ambientais e a própria dificuldade de se construir novas barragens levam a empresa a investir em outras alternativas.

Para garantir o volume de água no São Francisco, foi preciso reduzir a retirada de água do rio e monitorá-lo, readequando as atividades e reduzindo o impacto.

Blog: O Povo com a Notícia