Mais de 20 milhões de pessoas
devem terminar a semana com a primeira parcela do auxílio emergencial federal
de pelo menos R$ 600 depositado em suas contas bancárias. A projeção foi
apresentada pelo ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, em Brasília.
O número leva em conta os inscritos no Cadastro Único do Governo Federal,
o público específico do Bolsa Família, que começou a receber os repasses de
mais de R$ 15 bilhões nesta quinta-feira, e mais de nove milhões de
trabalhadores informais, autônomos, microempreendedores individuais e
contribuintes individuais do INSS. Esse último grupo fez a requisição a partir
de aplicativo lançado na semana passada pela Caixa Econômica Federal.
“Das primeiras 23 milhões de solicitações via aplicativo, 16,4 milhões de
cidadãos foram considerados elegíveis. Desse grupo, já foram homologados mais
de nove milhões de pedidos. Eles estão aptos a receber o valor em suas contas a
partir desta sexta, num repasse que supera R$ 5,45 bilhões”, afirmou Onyx
Lorenzoni.
O auxílio será de grande importância para a dona de casa Luzia Costa, de
74 anos, que vive em Arenópolis (GO). Ela contou com a ajuda dos filhos para se
inscrever no aplicativo e espera com ansiedade os repasses de R$ 600, que já
estão aprovados. “Vou comprar remédio e coisas para comer. A gente vai ficando
de idade e não tem apetite para comer qualquer coisa”, contou. “Sempre
trabalhei em casa, cuidando dos filhos, ajudando na roça, na fazenda. Foi uma
vida sofredora, não foi fácil, mas Deus é bom e está me sustentando”.
Segundo a atualização das 10h desta quinta-feira da Caixa Econômica
Federal, mais de R$ 4,7 bilhões já foram creditados para mais de 7,1 milhões de
pessoas. A instituição financeira contabiliza 36,7 milhões de cadastros
finalizados pelos aplicativos e via Web. O serviço de ligações da Caixa
Econômica na Central 111 recebeu mais de 27,4 milhões de ligações e os acessos
ao site superaram 274 milhões de visitas.
Segundo o presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, o
esforço conjunto que vem sendo feito pelo Governo Federal já se consolida como
o maior movimento de políticas sociais em tão breve prazo de que se tem
notícia. “Só esta semana, temos uma estimativa de pagamentos da ordem de R$ 15
bilhões”, afirmou.
CPF, uma segurança
O ministro Onyx Lorenzoni ressaltou, ainda, a necessidade da manutenção de
um CPF regular como um dos requisitos estratégicos de segurança para garantir
que o benefício chegue, de fato, às pessoas que mais precisam dos repasses do
auxílio emergencial.
“Hoje, temos 577 mil presidiários no Brasil com CPF ativo. Desses, em
torno de 70 mil tentaram burlar o sistema de controle que temos com Dataprev e
Caixa Econômica Federal no aplicativo. Queremos deixar claro: os R$ 600 não são
para bandidos, mas para famílias de trabalhadores, pessoas vulneráveis, que
precisam ser protegidas, e não para espertalhões”.
“Digo isso por conta de termos visto via imprensa que um juiz quer
cancelar a exigência de que exista o CPF para fazermos a seleção dos elegíveis.
Se o CPF for cancelado, há 577 mil presidiários que poderão organizar nos
presídios usinas de fraudes”, completou o ministro.
Onyx ressaltou que a Receita Federal vem facilitando o acesso à
regularização dos CPFs de quem tem necessidade. Ao todo, cerca de 12 milhões de
CPFs foram regularizados nos últimos dez dias. As pendências eleitorais, que
eram uma limitação até então, foram suspensas por 90 dias pela instituição.
Quase 70 milhões
A estimativa é de que as três parcelas do auxílio emergencial previstas em
lei cheguem a um total de quase 70 milhões de brasileiros. O benefício, com
valores que vão de R$ 600 a R$ 1.800, foi aprovado pelo Congresso Nacional e
sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro como resposta aos efeitos econômicos
causados pela pandemia da Covid-19. O orçamento total atual, destinado via
Medida Provisória para esses pagamentos, é de R$ 98 bilhões.
Blog: O Povo com a Notícia