Saiu o resultado da licitação que o Governo do Estado promovida desde o ano passado para contratar vigilância privada armada. Por ata de registro de preços, poderão ser gastos até R$ 109 milhões.
O período dos gastos, segundo o edital oficial, será de um ano,
entre 12 de janeiro de 2022 até 12 de janeiro de 2023.
O Governo do Estado tinha aberto esta licitação para
contratar “Prestação de Serviços de Vigilância Armada, com vistas a atender às
demandas dos órgãos da Administração Direta, Autarquias e Fundações Públicas
integrantes do Poder Executivo do Estado de Pernambuco”.
A licitação estava sendo conduzida pela Secretaria de
Administração de Pernambuco.
Coincidência ou não, a licitação foi aberta dias depois dos
policiais civis, por meio do sindicato, prometerem não participar mais, a
partir de outubro de 2021, do Programa de Jornadas Extras da categoria. Os
policiais protestaram, em nota, contra esta licitação.
Leia a nota do Sinpol em 30 de julho de 2021:
“O Sindicato dos Policiais Civis vem a público demonstrar sua
indignação pelo descaso do Governo do Estado de Pernambuco com os Policiais
Civis. Primeiro, após uma reunião marcada com três meses de antecedência com o
próprio Governo, após duas horas de espera, a reunião foi desmarcada de última
hora e até agora o SINPOL-PE não foi comunicado da nova data. Em virtude de
todo esse desrespeito, nós, Policiais Civis, deflagramos a nossa
operação-padrão.
Para a categoria sempre é alegado que não há caixa financeiro
para nossa justa valorização, mas, nessa mesma semana, o gabinete do Governador
abriu licitação pra compras de bandejas de ovos, em valores muito acima dos
preços de mercado, e três dias após a nossa Assembleia e de termos deflagrado a
Operação- Padrão, o Governo do Estado lança edital de R$ 125 milhões para a
contratação da vigilância armada para os órgãos da administração.
Tais gastos só comprovam o que já sabemos: há recursos
financeiros disponíveis em caixa e que a falta de respeito com os Policiais
Civis é algo comum e rotineiro nesta gestão.
Trabalhamos numa clandestinidade funcional histórica,
contamos com uma absurda e injustificada diferença salarial entre nós e nossos
chefes, embora sejamos nós que fazemos grande parte das atribuições deles, além
das estruturas precárias da maioria esmagadora das unidades da Polícia Civil e
somos um efetivo que é metade do que deveríamos ter em 2015!
Somos a Polícia Civil que mais produz e traz resultado no
país. Esses resultados são frutos do trabalho dos agentes, escrivães,
comissários e demais cargos da base, porém temos como recompensa o 22° pior
salário nacional, além de sermos também, proporcionalmente, o 22° estado que
menos investe em segurança pública. Como se tudo isso não bastasse, mais de 130
vidas de Policiais Civis pernambucanos foram perdidas em decorrência da
Pandemia. Temos a sensação de que somos usados como propaganda e marketing na
redução do número de homicídios e da criminalidade em geral, mas não recebemos
a valorização correspondente com o que realizamos no nosso dia-a-dia, devido a
uma cruel clandestinidade funcional.
É de estarrecer que o Governo do Estado, ao invés de se
preocupar com a segurança de TODOS, pretenda “resolver” o problema da Segurança
Pública se preocupando apenas com a proteção patrimonial da estrutura
institucional do Estado, deixando nós, Policiais Civis, e o restante da
sociedade pernambucana à própria sorte.
Não recuaremos um passo. A nossa valorização é também a
valorização da sociedade pernambucana. O Policial Civil valorizado é o que
melhor serve, acolhe e ampara o cidadão, trazendo resultados para toda a
sociedade. Seguiremos na luta”.
Sindicato dos Policias Civis de Pernambuco – Sinpol PE. (Via: Blog do Jamildo)
Acompanhe o Blog O Povo com a Notícia também nas redes sociais, através do Instagram e Facebook.
Blog: O Povo com a Notícia