O presidenciável Sergio Moro (Podemos) recusou uma proposta do grupo Prerrogativas, que reúne advogados e profissionais do direito, para participar de um debate com outros ex-ministros da Justiça, depois que o ex-juiz disse que só aceitaria um enfrentamento com Lula (PT).
O coletivo jurídico, que se tornou uma pedra no sapato da pré-candidatura do ex-magistrado da Operação Lava Jato, sugeriu um encontro com ex-titulares da pasta nos governos PT e PSDB.
O ex-ministro José Eduardo Cardozo (governo Dilma) e José Carlos Dias (governo Fernando Henrique Cardoso) foram sondados. O primeiro disse que topa a ideia: "Espero que ele [Moro] aceite debater com colegas, ex-ministros da Justiça. Acredito que seria uma indelicadeza muito grande ele não aceitar".
O segundo preferiu declinar, alegando a intenção de se manter mais discreto na arena eleitoral, em razão de sua atuação como presidente da Comissão Arns, entidade de defesa dos direitos humanos criada após a eleição de Jair Bolsonaro (PL). Outros nomes também serão procurados.
O Prerrogativas diz manter o convite e sustenta que a iniciativa não possui caráter eleitoral. A intenção, de acordo com a organização anti-Lava Jato, é fazer um debate sobre o sistema de Justiça e os pontos controversos da atuação de Moro na magistratura.
O primeiro convite público para Moro participar de um debate com a associação veio na sexta-feira (14), depois que o pré-candidato criticou o Prerrogativas em redes sociais e em uma entrevista à revista Veja.
A ideia dos organizadores é promover um debate sobre a Justiça no país sob três pontos de vista: o petista, o tucano e o bolsonarista -do qual, na visão de integrantes do Prerrogativas, Moro é um representante, ainda que busque se descolar do atual mandatário.
Com Covid-19, o presidenciável do Podemos desmarcou compromissos presenciais nesta semana, incluindo uma conversa que teria nesta segunda-feira (17) com o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, também cotado para participar da corrida ao Planalto.
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