O PT abriu mão da candidatura ao governo de Pernambuco para apoiar o nome indicado pelo PSB no estado. Com a decisão, fica superado um dos obstáculos para a adesão dos socialistas à candidatura do ex-presidente Lula ao Palácio do Planalto. Restam, porém, outros entraves. O principal deles está em São Paulo, onde o PT não abre mão de lançar o ex-prefeito Fernando Haddad, e o PSB, o ex-governador Márcio França.
Nesta quinta-feira, o governador de Pernambuco, Paulo Câmara
(PSB), se encontrou em São Paulo com o ex-presidente Lula para comunicar que o
candidato de seu partido será o deputado federal Danilo Cabral. Em seu terceiro
mandato na Câmara, Danilo foi coordenador da campanha de Eduardo Campos ao
governo de Pernambuco em 2006.
No final do ano passado, o PT havia lançado o senador
Humberto Costa como pré-candidato em Pernambuco.
— No acordo, o PSB exigiu o apoio do PT no estado. A direção
nacional fez o acordo e não vamos ter candidato em Pernambuco — afirmou Costa.
Oficialmente, a pré-candidatura de Costa ao governo do estado
não foi retirada.
Os petistas devem indicar o candidato ao Senado da chapa
encabeçada por Cabral. A deputada Marília Arraes pleiteia o posto, mas há
resistência ao seu nome dentro do PT.
A pré-candidatura de Cabral deve ser oficializada na semana
que vem.
— Vim conversar com o presidente Lula sobre a definição da
candidatura em Pernambuco e ele referendou a nossa legitimidade para conduzir
esse processo. Vamos apresentar o nome do candidato a governador nos próximos
dias e a indicação do vice e do candidato ao Senado ocorrerá num segundo
momento, afirmou Paulo Câmara.
Em São Paulo, os petistas não estão dispostos a ceder aos
apelos do PSB para uma adesão a Márcio França. Além do apoio à candidatura
presidencial de Lula, os dois partidos também discutem a formação de uma
federação, que incluiria ainda o PCdoB e o PV.
Pelas regras, caso se juntem, as siglas teriam que atuar como
se fossem um único partido pelo prazo de quatro anos nos planos federal,
estadual e municipal. A federação só permite um candidato em cada estado.
O PSB cobra apoio do PT também no Rio, Espírito Santo, Rio
Grande do Sul e Acre. Os petistas vão apoiar Marcelo Freixo na disputa
fluminense e a aliança para reeleição de Casagrande está encaminhada.
No Rio Grande do Sul, porém, o impasse ainda prevalece. O PT
lançou o deputado estadual Edegar Pretto, e o PSB, o ex-deputado Beto
Albuquerque.
O presidente do diretório gaúcho do PT, deputado Paulo
Pimenta, descarta a aliança com os socialistas no estado.
— O PSB faz parte do governo Eduardo Leite (PSDB) e nós
queremos ter um palanque de oposição no estado.
Mesmo que a federação não vingue, os partidos não descartam
fazer uma aliança em torno da candidatura de Lula, inclusive com indicação do
posto de vice pelo PSB. O mais cotado é o ex-governador Geraldo Alckmin. Sem a
federação, os dois partidos podem ter candidatos adversários nos estados. (O Globo)
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