Dilma Rousseff revelou-se
preocupada ao saber que, além dos questionamentos feitos na primeira instância
do Judiciário, a nomeação de Lula para a Casa Civil é questionada em uma
dezenas de ações protocoladas no Supremo Tribunal Federal. Um frêmito percorreu
a espinha de Dilma ao ser informada de que sete dessas ações encontram-se sobre
a mesa do ministro Gilmar Mendes. A presidente e seus auxiliares receiam que o
magistrado devolva o investigado para Curitiba, aos cuidados de Sérgio Moro.
Há
dois dias, na sessão em que o Supremo confirmou o rito processual do
impeachment, Gilmar fez comentários cáusticos sobre a conversão de Lula em
ministro de Dilma.
“A
crise só piorou, só se agravou”, disse o ministro. “A ponto de agora a presidente
buscar inclusive um tutor, para colocar no seu lugar de presidente. E ela
assume aí um outro papel. E um tutor que vem com problemas criminais muito
sérios, mudando inclusive a competência do Supremo Tribunal Federal, tema que
nós vamos ter que discutir.”
Nesta
quinta-feira, nas pegadas da divulgação de grampos tóxicos da Lava Jato, Gilmar
voltou ao tema: “Acho extremamente preocupante tudo o que se engendrou, […] a
tentativa notória de fugir da jurisdição do juiz natural, que no caso é o juiz
Moro, de Curitiba. Isso tem aspectos concernentes, em tese pelo menos, a
eventual infração de responsabilidade. Ou mesmo questões de índole penal. Isso
tem que ser, claro, examinado com o maior cuidado possível. Mas é evidente que
não se trata de um ato normal, tanto é que está provocando tanta especulação e
tanto debate.”
Nas
palavras de um auxiliar de Dilma, “as observações do Gilmar Mendes se parecem
muito com um pré-julgamento.” Ele acrescentou: “Só espero que o Gilmar divida
sua decisão com o plenário do Supremo.'' (Via: Josias de Souza)
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