Uma tragédia anunciada. Por mais clichê que pareça, a expressão é a
única que pode definir a nova rebelião que resultou em três mortes na Fundação
de Atendimento Socioeducativo (Funase) de Vitória de Santo Antão. Insegura, a
unidade já havia registrado duas fugas em massa e um assassinato há pouco dias.
Os agentes já tinham denunciado ao Blog do Ronda JC, que o clima era muito tenso e que eles não tinham
controle sobre os adolescentes. Mesmo assim, o Governo de Pernambuco não
reforçou a segurança para impedir uma rebelião ainda maior que a anterior e com
mais mortes. Não há outra definição para isso: omissão.
O Pacto pela Vida, novamente, se mostra um programa ultrapassado, cheio
de falhas. O programa, que deveria não só priorizar a repressão, mas também a
prevenção, deixa de lado princípios fundamentais. Enquanto a preocupação,
durante os últimos dez anos, foi em reduzir números da violência a partir de
operações para prender quadrilhas, presídios e unidades da Funase se tornaram
superlotadas – virando verdadeiros campos de concentração prestes a explodir.
Não foi diferente em Vitória de Santo Antão – inaugurada há pouco mais
de três anos. Definida como “modelo”, a unidade, hoje, representa mais um
investimento falho e que não ressocializa. Pelo contrário. Dá espaço para
adolescentes que praticaram pequenos delitos, como roubo de celular, aprenderem
a se especializar no mundo do crime. Assim como acontecem em presídios do
Estado, os garotos comandam celas, pavilhões. Tudo com pleno apoio dos agentes
socioeducativos, que, sem armas nem equipamentos de segurança, nada podem
fazer. Ou liberam, ou podem ser as próximas vítimas. É mais um clichê: “É um
salve-se quem puder”. Até quando?
Blog: O Povo com a Notícia
Via: Blog do Ronda JC