A equipe econômica está “esperando a coisa acontecer”, disse o ministro
da Economia, Paulo Guedes, em palestra na Sociedade Nacional de Agricultura
(SNA), no Rio. “Há momentos em que você tem de aparecer, falar, e há momentos
em que você tem de ficar esperando. O projeto (de reforma da Previdência) está
sendo apresentado para a Câmara dos Deputados, para o Congresso. A prioridade
total é a reforma da Previdência”, disse.
Em seu discurso, Guedes defendeu especialmente o sistema de
capitalização (no qual cada segurado poupa para sua própria aposentadoria), que
será encaminhado ao Congresso na próxima semana como parte da reforma – mas
para ser definido apenas em uma segunda etapa. Em sua opinião, esse regime
possui virtudes econômica e moral, por transferir recursos para o futuro, ao
contrário do atual, em que “o jovem paga e o idoso consome”.
Guedes disse ainda que o excesso de gastos públicos corrompeu a
democracia brasileira, apesar das instituições funcionarem e de os poderes
permanecerem independentes. “Só o que falta é completar a transição econômica”,
destacou. Segundo Guedes, a economia será aberta gradualmente. “Não vai ser
linear. Você não pode abrir antes de simplificar os impostos e reduzir os
impostos, senão a indústria brasileira fica em xeque”, disse.
Política
O ministro também deu sua opinião sobre a classe política, que, segundo
ele, deve se “voltar para sua principal missão, de representante do povo”. Para
Guedes, “a vida política hoje é muito difícil”, porque 96% do orçamento é
carimbado. “A velha política morreu. Não foi enterrada ainda, mas morreu. A
forma antiga de fazer política acabou. Qual é a forma nova? A forma nova tem a
ver com gerir os orçamentos públicos. (…) Então, a política vai ser chamada ao
real desafio de se reabilitar através dos orçamentos públicos”. (Via: Estadão)
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