Réu em três processos e
protagonista de outras quatro investigações, Lula é assediado por
correligionários que gostariam de vê-lo no comando do PT. Ele se recusa a dar
ouvidos às sugestões. Apresenta duas razões para não assumir a presidência da
legenda. Sustenta que o PT precisa de “renovação”. E alega que sua presença na
direção do partido interessa mais aos adversários.
Nas palavras de Lula, seus rivais passariam a perseguir o
objetivo de “matar dois coelhos de uma só cajadada”. Nesse enredo construído
pelo pajé petista, delegados federais, procuradores da República, auditores do
fisco e magistrados uniram-se aos “golpistas” e à mídia monopolizada para
arrancá-lo do cenário de 2018. E as pancadas desferidas contra ele passariam a
doer automaticamente no partido.
Transferida do final para o início de 2017, a sucessão
interna do PT empacou na definição de um substituto para Rui Falcão, o atual
presidente. A palavra “renovação”, entoada inicialmente por Lula, tornou-se uma
espécie de mantra do processo. O problema é que os nomes que se encontram sobre
a mesa são, digamos, manjados. Por exemplo: o ex-ministro Jaques Wagner (BA),
os senadores Lindbergh Farias (RJ) e Humberto Costa (PE). Em maior ou menor
extensão, todos têm contas a ajustar com a Lava Jato.
De resto, petistas históricos, cujas rubricas constam da ata
de fundação, avaliam que o problema do partido é mais de script do que de diretor. Aferrada à tese da
perseguição política, a atual direção partidária não consegue colocar em pé um
discurso que se pareça com uma expiação. E, embora Lula finja não perceber, o
PT já sangra junto com ele. (Via: Blog do Josias de Souza)
Blog: O Povo com a Notícia