Deputados estão sendo pressionados pelas redes sociais e até mesmo pelo
WhatsApp para votar a favor do recebimento da denúncia contra o presidente
Michel Temer.
Um deputado do PP mostrou ao jornal "O Estado de S. Paulo"
dezenas de mensagens que havia recebido na última semana, desde que o
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, decidiu apresentar a denúncia por
corrupção passiva contra Temer.
Um eleitor chegou a criar um grupo no WhatsApp, chamado de "Aceita
a denúncia já", e incluiu o número de diversos deputados para
constrangê-los a não enterrar a denúncia contra o peemedebista.
Em uma das mensagens enviadas no grupo, os eleitores pedem que a
denúncia contra Temer seja aceita para que os deputados não façam "do
corrupto seu bicho de estimação".
Em um vídeo que também circula nos celulares dos parlamentares, um homem
conclama as pessoas a pressionarem os deputados para que eles não engavetem o
caso de Temer. "Nós vamos acompanhar o voto de cada deputado. Não
aceitaremos presidente corrupto. Temer tem que ser julgado sim. Deixa o Supremo
(Tribunal Federal) julgar", diz a gravação.
Impeachment: Durante o processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff,
mobilização parecida foi realizada. Deputados, no entanto, relatam que naquela
época a pressão foi ainda maior. Movimentos anticorrupção, como o Vem Para Rua,
chegaram a criar sites onde monitoravam a posição de cada parlamentar e
estimulavam as pessoas a cobrarem os seus deputados.
Esses grupos, no entanto, têm mantido uma posição neutra diante das
acusações que pesam contra o atual presidente. Diferentemente da postura que
adotaram com Dilma, até agora, nenhum desse movimentos convocou manifestações
pedindo a saída de Temer.
Blog: O Povo com a Notícia