O presidente Jair Bolsonaro disse
nesta segunda-feira (20) que falta dinheiro no governo federal e que se a
reforma da Previdência não for aprovada, em no máximo cinco anos, não haverá
recursos para pagamento de servidores na ativa.
“Não podemos desenvolver muita coisa por falta de recursos,
por isso precisamos da reforma da Previdência. Ela é salgada para alguns? Pode
até ser, mas estamos combatendo privilégios. Não dá para continuar mais o
Brasil com essa tremenda carga nas suas costas. Se não fizermos isso, 2022,
2023, no máximo em 2024, vai faltar dinheiro para pagar quem está na ativa”,
disse.
Bolsonaro voltou a culpar os
parlamentares e outras corporações pela dificuldade de tomar as medidas
necessárias para colocar o país no “rumo certo”. Em discurso de quase meia hora
na Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), Bolsonaro culpou
também a imprensa pelos problemas do seu governo, que para ele, deveria “ser
isenta”.
“Eu tenho enfrentado grupos
corporativistas, é uma vontade enorme de colocar o Brasil onde ele merece. E
grande parte desse sonho passa pelos senhores, os empreendedores”, disse,
referindo-se aos empresários e industriais presentes ao evento, onde ele foi
homenageado com a medalha Mérito Industrial, honraria entregue também ao
ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
“Os senhores são verdadeiros
heróis, pelo que têm de enfrentar das autoridades municipais, estaduais e do
executivo federal”, afirmou o capitão da reserva. Ele deu como exemplo o que
viu recentemente em sua viagem ao Texas, onde os impostos estaduais são zero.
“O que eu tenho que oferecer a
vocês é o meu patriotismo, a humildade, e a coragem de enfrentar grupos
corporativistas e uma vontade enorme de colocar o Brasil no lugar que ele
merece”, afirmou após receber a medalha Mérito Industrial da Firjan.
Estavam presentes na homenagem o
governador do Rio, Wilson Witzel, e o prefeito da cidade, Marcelo Crivella,
além do ministro de Minas e Energia, Bento de Albuquerque e os presidentes da
Petrobras, Roberto Castello Branco, e do Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES), Joaquim Levy, entre outras autoridades.
Bolsonaro reclamou que a
todo momento tentam desmoralizá-lo, sem citar nomes, e que se a Câmara dos
Deputados e o Senado têm proposta melhor do que do governo para a reforma da
Previdência, “que apresente”, conclamou.
Segundo o presidente, “não há
briga entre os poderes, o que há é uma grande fofoca. “E como não conseguem nos
derrubar por medidas outras ficam o tempo todo metendo uma cunha entre nós”,
disse Bolsonaro.
Ele pediu aos convidados do
evento, dividido entre empresários e parlamentares, que o ajudassem a acelerar
o processo de votação da reforma da Previdência junto às bancadas do Estado no
Congresso.
Meio ambiente
O presidente criticou o
Ministério Público (MP) por se meter em questões ambientais. Ele afirmou que
tem um ministro do meio ambiente “comprometido com o futuro”, e voltou a
sugerir que a região de Angra dos Reis, onde foi multado por pesca ilegal,
“vire a nossa Cancún”.
“A questão ambiental virou um
óbice para o Brasil, tudo o MP se mete, algumas vezes com razão e outras vezes
não, inviabiliza a obra”, declarou, citando também o linhão de transmissão de
energia em Roraima, que enfrenta dificuldades com a Funai para ser
erguida. “Nós sabemos que os interesses são outros, mas vamos resolver
essa questão”, afirmou.
Ainda sobre Angra dos
Reis, Bolsonaro negou que tenha cometido crime ambiental, “tem o meu
dedo na presença no Congresso nesse dia”, e lamentou que “a única recordação
que eu tenho de lá Angra é uma multa”, brincou Bolsonaro sobre a
multa do Ibama que depois foi anulada quando assumiu a Presidência da
República. (Via: Agência Brasil)
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