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terça-feira, 21 de maio de 2019

Bolsonaro: “Sem reforma vai faltar dinheiro até para pagar servidor”


O presidente Jair Bolsonaro disse nesta segunda-feira (20) que falta dinheiro no governo federal e que se a reforma da Previdência não for aprovada, em no máximo cinco anos, não haverá recursos para pagamento de servidores na ativa.

“Não podemos desenvolver muita coisa por falta de recursos, por isso precisamos da reforma da Previdência. Ela é salgada para alguns? Pode até ser, mas estamos combatendo privilégios. Não dá para continuar mais o Brasil com essa tremenda carga nas suas costas. Se não fizermos isso, 2022, 2023, no máximo em 2024, vai faltar dinheiro para pagar quem está na ativa”, disse.

Bolsonaro voltou a culpar os parlamentares e outras corporações pela dificuldade de tomar as medidas necessárias para colocar o país no “rumo certo”. Em discurso de quase meia hora na Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), Bolsonaro culpou também a imprensa pelos problemas do seu governo, que para ele, deveria “ser isenta”.

“Eu tenho enfrentado grupos corporativistas, é uma vontade enorme de colocar o Brasil onde ele merece. E grande parte desse sonho passa pelos senhores, os empreendedores”, disse, referindo-se aos empresários e industriais presentes ao evento, onde ele foi homenageado com a medalha Mérito Industrial, honraria entregue também ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

“Os senhores são verdadeiros heróis, pelo que têm de enfrentar das autoridades municipais, estaduais e do executivo federal”, afirmou o capitão da reserva. Ele deu como exemplo o que viu recentemente em sua viagem ao Texas, onde os impostos estaduais são zero.

“O que eu tenho que oferecer a vocês é o meu patriotismo, a humildade, e a coragem de enfrentar grupos corporativistas e uma vontade enorme de colocar o Brasil no lugar que ele merece”, afirmou após receber a medalha Mérito Industrial da Firjan.

Estavam presentes na homenagem o governador do Rio, Wilson Witzel, e o prefeito da cidade, Marcelo Crivella, além do ministro de Minas e Energia, Bento de Albuquerque e os presidentes da Petrobras, Roberto Castello Branco, e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Joaquim Levy, entre outras autoridades.

Bolsonaro reclamou que a todo momento tentam desmoralizá-lo, sem citar nomes, e que se a Câmara dos Deputados e o Senado têm proposta melhor do que do governo para a reforma da Previdência, “que apresente”, conclamou.

Segundo o presidente, “não há briga entre os poderes, o que há é uma grande fofoca. “E como não conseguem nos derrubar por medidas outras ficam o tempo todo metendo uma cunha entre nós”, disse Bolsonaro.

Ele pediu aos convidados do evento, dividido entre empresários e parlamentares, que o ajudassem a acelerar o processo de votação da reforma da Previdência junto às bancadas do Estado no Congresso.

Meio ambiente

O presidente criticou o Ministério Público (MP) por se meter em questões ambientais. Ele afirmou que tem um ministro do meio ambiente “comprometido com o futuro”, e voltou a sugerir que a região de Angra dos Reis, onde foi multado por pesca ilegal, “vire a nossa Cancún”.

“A questão ambiental virou um óbice para o Brasil, tudo o MP se mete, algumas vezes com razão e outras vezes não, inviabiliza a obra”, declarou, citando também o linhão de transmissão de energia em Roraima, que enfrenta dificuldades com a Funai para ser erguida. “Nós sabemos que os interesses são outros, mas vamos resolver essa questão”, afirmou.

Ainda sobre Angra dos Reis, Bolsonaro negou que tenha cometido crime ambiental, “tem o meu dedo na presença no Congresso nesse dia”, e lamentou que “a única recordação que eu tenho de lá Angra é uma multa”, brincou Bolsonaro sobre a multa do Ibama que depois foi anulada quando assumiu a Presidência da República. (Via: Agência Brasil)

Blog: O Povo com a Notícia