O governador Paulo Câmara (PSB) reagiu
ontem às declarações do ex-presidenciável Ciro Gomes (PDT), que disse, em
entrevista exclusiva ao Diário de Pernambuco, na última segunda-feira, ter sido
“enganado” pelo socialista nas articulações para fechar alianças na campanha de
2018.
Em
nota enviada à redação, o governador afirma que “em relação à tentativa de Ciro
Gomes, de nos responsabilizar pelo insucesso na construção de uma aliança que
reforçasse a sua candidatura presidencial, fica claro que o ex-ministro não
aceita sua derrota eleitoral e procura sempre se vitimizar, procurando apontar
culpados”, destaca.
Ainda
na entrevista ao Diário, Ciro lembrou que Paulo Câmara teria prometido a ele
apoio na disputa pela Presidência da República, quando, de acordo com o
ex-presidenciável, o PSB já teria fechado aliança com o PT em troca da
neutralidade na campanha presidencial.
O
pedetista lembrou também que Paulo Câmara o chamou “desnecessariamente” para
uma conversa, em Brasília, para dizer que ia apoiá-lo, quando, segundo o
pedetista, já havia fechado acordo com o PT para “sacrificar” a candidatura de
Marília Arraes (PT) na disputa pelo governo do estado.
Na
nota, Paulo Câmara esclarece a proposta política do PSB na eleição presidencial
de 2018, assegurando ter sido sincero com o ex-ministro e com o PDT, “pois
colocamos desde o início que nossa prioridade em 2018 era construir uma ampla
frente de esquerda em Pernambuco, incluindo partidos como o PCdoB e o PT. Isso
é de conhecimento público.
Também sempre fizemos questão de destacar ao próprio
Ciro, durante as reuniões que realizamos, que, nacionalmente, o PSB estava dividido
entre três candidaturas presidenciais e a neutralidade, que terminou
prevalecendo”, frisou o governador, que também é vice-presidente nacional do
PSB.
No
ano passado, durante o período pré-eleitoral, Paulo Câmara recebeu Ciro Gomes
duas vezes no Palácio do Campo das Princesas, nos meses de janeiro e junho. O
socialista chegou a acenar para uma possível aliança, mas acabou fechando com o
PT. O governador, que tentava a reeleição, subiu no palanque do então candidato
petista à Presidência da República, Fernando Haddad, podendo assim, usar o
legado do ex-presidente Lula para fortalecer seu projeto de continuar no
comando do estado. Ciro Gomes, por sua vez, passou a criticar duramente a
postura dos socialistas.
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