Pernambuco confirma o primeiro
caso do ano de infecção pelo zika na gestação, segundo revela o boletim de
arboviroses divulgado ontem pela Secretaria Estadual de Saúde (SES). O vírus,
também conhecido pelas suas manifestações congênitas (como a microcefalia), foi
detectado numa adolescente de 15 anos moradora de Paudalho, Zona da Mata Norte
de Pernambuco, às vésperas de dar à luz um bebê saudável, no dia 23 de fevereiro.
Segundo o município, ela apresentou sintomas de zika três dias antes do parto.
Logo após o nascimento, foram coletadas amostras da mãe. O resultado saiu
apenas no dia 24 de abril.
A análise dos exames foi feita pelo Laboratório Central de Saúde Pública Dr.
Milton Bezerra Sobral (Lacen–PE). A presença do zika, no organismo da
adolescente, foi confirmada pela técnica de RT-PCR, em que é feito o
sequenciamento genético do vírus. O município acrescentou que ela e o bebê
estão em acompanhamento desde o nascimento e apresentam boas condições de
saúde.
“Esse caso confirmado em gestante reforça o alerta de que o zika
permanece em circulação no Estado e que não só as gestantes, mas toda a
população, devem tomar precauções adequadas contra o Aedes aegypti. Além disso,
como zika é uma doença que dificilmente é detectada no início do quadro, esse
caso confirmado provavelmente não é o único entre mulheres grávidas. Podem
existir outros que não foram diagnosticados laboratorialmente”, frisa a gerente
de Vigilância das Arboviroses da SES, Claudenice Pontes. Ela também informa que
já foi feito contato com a área que coordena a síndrome congênita do zika no
Estado para que mãe e filho sejam acompanhados, por uma unidade de atenção
básica de Paudalho, para se avaliar o desenvolvimento especialmente do bebê.
O boletim da SES ainda mostra que este ano foram notificados 138 casos
de gestantes (em 2018, no mesmo período, foram 117) com suspeita de arboviroses
– mulheres que apresentaram, em algum momento da gravidez, manchas vermelhas
e/ou irritação na pele espalhadas pelo corpo. Entre as 138 suspeitas, 27
tiveram diagnóstico de dengue e três de chicungunha, além do caso confirmado de
zika. “Também merecem cuidados, durante a gravidez, a dengue e a chicungunha. Esta última, quanto mais perto do parto se manifestar, mais delicada é a
situação. Quanto mais perto do nascimento a mãe tiver chicungunha, maior a
carga viral que o bebê receberá. As mulheres que planejam engravidar e as
gestantes devem se prevenir, com utilização de repelente recomendado pelo
obstetra e uso de roupas leves que cubram o máximo possível o corpo”, orienta
Claudenice.
Aumento
O balanço da SES, que considera dados deste ano até o último dia 4,
ainda revela que foram registrados 12.495 casos suspeitos de dengue em 170
municípios de Pernambuco, representando um aumento de 29%, em relação ao mesmo
período de 2018. Também este ano já foram registrados 1.903 casos de
chicungunha em 107 cidades, o que corresponde a um aumento de 40,3%, em
comparação com o mesmo período de 2018. Para zika, a curva ascendente é mais
uma realidade no Estado. Até o momento, houve notificação de 871 casos
suspeitos da doença em 80 municípios, o que corresponde a um aumento de 122,8%,
comparando com o mesmo período do ano passado.
Sobre a síndrome congênita do zika vírus, que tem a microcefalia como a
manifestação mais conhecida, Pernambuco notificou este ano 22 nascimentos de
casos suspeitos até março. Entre eles, um foi confirmado e outro descartado. Os
demais permanecem em investigação. (Com colaboração da repórter Julia Aguilera - Via: Jc Online)
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