Subiu de 22 para 24 o número de
pessoas infectadas em Pernambuco no surto de tripanossomíase – mais conhecida
como doença de Chagas – na forma aguda. Elas foram contaminadas quando
participavam de um evento religioso na cidade de Ibimirim, no Sertão de
Pernambuco, e tiveram a confirmação laboratorial da doença. Outras quatro
pessoas que também apresentam os sintomas estão em tratamento, mas não tiveram
diagnóstico confirmado.
Dos 77 participantes do evento realizado em abril, 70 já
tinham feito coleta de sangue para análise, que tem sido realizada pelo
Laboratório Central de Pernambuco (Lacen), no Recife, e pelo Laboratório da VI
Gerência Regional de Saúde (Geres), em Arcoverde.
Das 28 pessoas que estão em
tratamento, 15 foram internadas no Hospital Oswaldo Cruz. Desse grupo, 8
tiveram alta e os outros 7 continuam internados, estáveis, recebendo a
assistência da equipe multiprofissional do serviço. Uma esquipe da Secretaria
Estadual de Saúda visitou o local do surto as casas do entorno, mas nenhum
barbeiro ou vestígio do inseto foram detectados. Também estão sendo visitados
os locais que forneceram alimentação para o evento.
Investigações seguem para tentar identificar forma de contágio
Até o momento, não há evidências
para definição da forma de transmissão da doença, mas uma das principais
suspeitas, pelas características do surto, é de que o contágio tenha ocorrida
pela via oral. Autoridades sanitárias fizeram visitas ao local do evento
religioso às casas do entorno (localizadas em um raio de 150 metros), mas
não foram barbeiros nem vestígios do inseto. Como parte da investigação, também
estão sendo visitados os locais que forneceram alimentação para o evento.
Caso não seja adequadamente tratada, a doença de Chagas pode
se tornar crônica. De cada 10 pacientes infectados, três
desenvolvem problemas cardíacos, digestivos ou neurológicos. Os efeitos da
doença na forma crônica, porém, costumam ocorrer de 20 a 40 anos depois da
contaminação, que muitas vezes nem é percebida pelo paciente.
Doença de Chagas
A doença de Chagas é causada pelo
protozoário Trypanossoma cruzi, cujo vetor é o mosquito barbeiro. A forma
mais clássica de transmissão ocorre pela contaminação do local da picada do
inseto pelas fezes dele. Outra forma, que costuma provocar surtos bem
delimitados e com sintomas agudos como o ocorrido em Ibimirim, é por meio de
alimentos contaminados por fragmentos do vetor ou por suas fezes. Também é
possível ocorrer transmissão pela transfusão sanguínea e de mãe para filho
durante a gestação.
Além de febre com duração de uma semana, também podem surgir
outros sintomas logo após a infecção:
Edema
de face ou de membros;
Exantema
(manchas vermelhas na pele);
Adenomegalia
( inchaço de gânglios);
Hepatomegalia
(inflamação do fígado);
Esplenomegalia
(inflamação no baço);
Cardiopatia
aguda;
Manifestações
hemorrágicas, icterícia, náusea, astenia (perda ou diminuição de força física);
Mialgia
(dor nas articulações), sinal de Romanã (edema inflamatório nas pálpebras) ou
chagoma de inoculação (edema inflamatório na pele). (Via: Portal OP9)
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