O presidente Jair Bolsonaro (PSL)
sinalizou sua candidatura à reeleição em discurso de improviso na manhã desta
quinta-feira (20) em Eldorado, cidade onde foi criado, no interior de São
Paulo.
"Meu muito obrigado a quem votou e a quem não votou em
mim também. Lá na frente todos votarão, tenho certeza disso", disse o
presidente, em discurso no qual estava cercado por moradores.
Já à tarde, em São Paulo,
indagado se pretende tentar a reeleição, disse que descarta a ideia caso seja
aprovada “uma boa reforma política”. Do contrário, estará à disposição dos
eleitores.
“Olha, se tiver uma boa reforma política eu posso até, nesse
caldeirão, jogar fora a possibilidade de reeleição. Posso jogar fora isso aí.
Agora, se não tiver uma boa reforma política e se o povo quiser, estamos aí
para continuar mais quatro anos.”
Durante a campanha eleitoral, Bolsonaro disse que trabalharia
pelo fim da reeleição presidencial.
A uma semana do segundo turno, em outubro passado, o
presidente afirmou que vinha conversando com o Congresso para criar um projeto
de reforma política que acabasse com a possibilidade de um presidente disputar
um novo mandato.
"O que eu pretendo fazer, tenho conversado com o
Parlamento também, é fazer uma excelente reforma política para acabar com o
instituto da reeleição, que, no caso, começa comigo, se eu for eleito",
afirmou, quando disputava a Presidência com o petista Fernando Haddad.
Uma semana depois, já eleito presidente, ele deu outro tom ao
tratar do tema e disse que a possibilidade de não concorrer a mais quatro anos
como presidente dependeria da aprovação da reforma.
“A possibilidade de não concorrer à reeleição é se a gente
conseguir fazer um grande acordo para aprovar a reforma política. Não é apenas:
‘Eu não vou concorrer a reeleição’”, disse um dia depois de eleito.
Já neste ano, em entrevistas à Jovem Pan em abril e à revista
Veja no final de maio, o presidente admitiu disputar mais um mandato em 2022.
À rádio Bolsonaro disse que "a pressão está muito
grande" para que, se ele estivesse bem, concorrer a mais quatro anos no
cargo. Na entrevista para a revista, repetiu que a condição para isso não
ocorrer seria a aprovação de uma ampla reforma política, o que não está no
horizonte do Congresso.
"Se a gente fizer uma boa reforma política eu topo ir
para o sacrifício e não disputar a reeleição. Porque um dos grandes problemas
do Brasil na política é a reeleição. O cara chega ao final do primeiro mandato
dele, ou ele quer continuar no poder, que lhe deu fama e prestígio, ou ele quer
continuar porque se o outro, o adversário, assumir vai levantar os esqueletos
que ele tem no armário. Existe isso no Brasil", afirmou à Veja.
"Então
o meu caso é o seguinte: com uma boa reforma política, que diminuiria o número
de parlamentares de 500 para 400, entre outras coisas mais, eu toparia entrar
nesse bolo aí de não disputar a eleição."
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