Desde as primeiras horas desta segunda-feira (13), chove forte sobre o Grande Recife e outras regiões do Estado. Segundo a Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac), uma Onda de Leste está provocando as precipitações, que têm intensidade variando de fraca a moderada.
Porém, o fenômeno não é o
mesmo que o centro sul da Bahia e Minas Gerais, onde uma Zona de Convergência
do Atlântico Sul (ZCAS) deixou cidades submersas, mortos e milhares de pessoas
desabrigadas.
Apesar de atingir Pernambuco às vésperas do verão, as Ondas de
Leste são mais comuns nas estações outono e inverno. O fenômeno consiste
em áreas de baixa pressão que vem da África em direção à costa do Nordeste.
Ainda de acordo com a Apac, as condições atmosféricas apontam para a
previsão de que as chuvas continuem principalmente no Litoral, que inclui parte
do Grande Recife e Zona da Mata, além do Agreste do Estado nos próximos
dias. No Sertão pernambucano, a previsão é de pancadas de chuvas isoladas no
período da tarde e noite desta segunda.
Volume de chuva
A agência informou, por meio de nota, que nas últimas 24 horas os
municípios que registraram maiores volumes de chuva foram Paulista (38 mm),
Abreu e Lima (22 mm), Igarassu (19 mm), ilha de Itamaracá (19 mm), e Recife (18
mm).
Entenda o fenômeno da Bahia
Um temporal no extremo sul da Bahia tem afetado a vida de diversas
famílias no Estado. De acordo com informações da Superintendência de Proteção e
Defesa Civil da Bahia (Sudec), 30 cidades estão em situação de emergência.
Vilarejos e povoados da região ficaram ilhados por causa da chuva, o que
dificulta o acesso dos bombeiros.
A situação de calamidade por causa das chuvas no sul e extremo sul da
Bahia começou a cerca de uma semana.
De acordo com a especialista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet),
Cláudia Valéria, o temporal é causado pela Zona de Convergência do Atlântico
Sul (ZCAS), uma faixa de nuvens que se estende desde o sul da região amazônica
até a região central do Atlântico Sul. Esse é um fenômeno que atua todos os
anos na região, durante a primavera/verão, e ocasiona um período chuvoso no
Oeste, Sudoeste e Sul da Bahia.
Mas se a Zona de Convergência dura entre 3 e 4 dias, porque temos visto
chuvas intensas desde o final de novembro? Este ano, tivemos a influência do La
Niña. Esse é o nome dado ao resfriamento anômalo das temperaturas médias do
Oceano Pacífico. Ele é capaz de provocar uma série de distúrbios em todo mundo,
alterando a formação de chuvas, secas e distribuição de calor.
“As ZCAS é um fenômeno que atua todos os anos na região, período chuvoso
de grande parte do estado. O diferencial é que, esse ano, estamos com
influência do La Niña, então a junção acaba fazendo com que o período chuvoso
dure mais tempo”, explica Valéria. Diariamente, a região sul do estado tem
acumulado de 80 mm a 100 mm.
O período de maior intensidade de chuvas, entretanto, não deve durar por
muito mais tempo. De acordo com as previsões, as chuvas devem perder a
intensidade em todo o estado a partir do sábado (11), ainda que concentradas no
Extremo Oeste.
Acompanhe o Blog O Povo com a Notícia também nas redes sociais, através do Instagram e Facebook.
Blog: O Povo com a Notícia