A Polícia Federal deflagrou,
nesta sexta-feira (8), a segunda fase da Operação Outline, referente
a supostos desvios de recursos destinados à obra de Requalificação da BR-101,
no trecho do Contorno Viário da Região Metropolitana de Recife. A operação
ocorre nos municípios de Recife, Paulista, Serra Talhada e Brasília.
Segundo a Polícia Federal, as
suspeitas são de práticas de organização criminosa, corrupção e lavagem de
dinheiro, no âmbito do Departamento de Estradas e Rodagens e da antiga
Secretaria de Transportes do Estado de Pernambuco.
Cerca de 40 policiais federais
cumprem 9 mandados de busca e apreensão e 2 de prisão temporária, expedidos
pela Justiça Federal do Recife.
Além disso, segundo a PF, foi decretado o sequestro de imóveis situados em
Recife e Gravatá, pertencentes aos investigados, de nomes ainda não revelados.
“O valor total do contrato firmado para execução da obra citada supera a
cifra de R$ 190 milhões, e a maior parte dos recursos é oriunda de repasse do
Governo Federal para o Estado de Pernambuco, sob a gestão do Departamento de
Estradas e Rodagens de Pernambuco”, afirma a Polícia Federal, em nota.
Investigação
De acordo com relatórios de auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU)
e do Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco
(TCE-PE) recebidos pela PF, a obra estaria sendo executada
com material de baixa qualidade e pouca durabilidade, sobretudo o asfalto, o
que poderia afetar trechos de rodovias já entregues à população.
Na primeira fase da operação, em novembro
de 2019, foram apreendidos documentos e mídias digitais. Segundo
investigadores, a análise revelou evidências de outros supostos desvios, como
transações entre a empresa contratada para execução da obra e firmas fantasmas,
que chegam a aproximadamente R$ 4,2 milhões.
“Além disso, foi constatado que ex-servidores do DER/PE, que foram
responsáveis pela fiscalização e liberação de recursos da obra, tiveram
acréscimo patrimonial incompatível com os seus rendimentos nos últimos anos. Um
deles, inclusive, adquiriu bens de luxo, como embarcações, veículos,
apartamentos e ainda realizou diversas viagens ao exterior, inclusive em classe
executiva. Todos os bens adquiridos por ele eram registrados em nome de
terceiros”, afirma a Polícia Federal, em comunicado.
A Polícia Federal também afirma que “foram coletadas evidências de que
provavelmente a Secretaria de Transporte de Pernambuco (atualmente extinta),
teria sido condescendente com as práticas criminosas apuradas, podendo ter
havido recebimento de vantagens ilícitas por pessoa ligada à pasta”.
“Todo o conjunto probatório converge para a prática de crimes como
peculato, corrupção ativa e passiva, organização criminosa e lavagem de
dinheiro, cujas penas máximas, somadas, chegam a 42 anos de reclusão”, diz a
Polícia Federal.
Diligências
Os policiais federais estão efetuando as prisões e arrecadando material
(documentos e arquivos digitais), que serão analisados posteriormente pela
equipe de investigação da Delegacia de Repressão à Corrupção e Crimes
Financeiros da PF em Pernambuco.
Os presos serão encaminhados ao Cotel, em Abreu e Lima.
A nome da Operação Outline é a tradução literal para a língua inglesa de
“contorno” e significa ainda rascunho ou esboço, simbolizando algo provisório,
inacabado. (Via: Blog do Jamildo)
Blog: O Povo com a Notícia