O governador Wilson Witzel
(PSC-RJ) recebeu no ano em que foi eleito R$ 284 mil do escritório de advocacia
de Lucas Tristão, seu atual secretário de Desenvolvimento Econômico.
Esse pagamento a Witzel em 2018 consta na declaração de Imposto de Renda
do governador, em análise pela Procuradoria-Geral da República no âmbito da
Operação Placebo. A banca do secretário recebeu no mesmo período R$ 225 mil de
firmas do empresário Mário Peixoto, segundo a investigação.
O dinheiro repassado a Witzel pelo escritório de Tristão, à época
coordenador de sua campanha eleitoral, foi uma das justificativas usadas pelo
então candidato para explicar como doou R$ 215 mil de recursos próprios para
sua campanha mesmo tendo declarado à Justiça Eleitoral não ter dinheiro em
conta.
O valor doado correspondia a mais da metade do patrimônio declarado, de R$
400 mil, composto apenas por uma casa até hoje não vendida. Quando questionado
sobre a origem dos recursos, sua assessoria respondeu que "Witzel presta
consultoria jurídica e recebeu, além de honorários, luvas [pagamento pela
entrada numa sociedade] para ingressar em dois escritórios de advocacia, um no
Rio de Janeiro e outro no Espírito Santo".
Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo durante a campanha, Witzel
afirmou que um dos escritórios a que se associou era o de Tristão. Ele
inclusive disse que auxiliou o advogado na análise da defesa da Atrio Rio, uma
das empresas da família de Peixoto, numa ação contra a Secretaria de Educação
do estado.
"Ele [Tristão] me apresentou a petição para que eu analisasse, se
estava adequada. Entendi que estava e que haveria possibilidade de
sucesso", afirmou Witzel na ocasião.
Em entrevista à CNN Brasil na última quarta-feira (27), Witzel negou que
tenha sido sócio de Tristão. "Nunca fui sócio do Lucas Tristão. O único
escritório em que fui sócio foi do Medina Osório [Advogados], ex-ministro da
AGU [Advocacia-Geral da União]. Agora, o Lucas foi meu aluno. Em várias
oportunidades ele vinha conversar comigo sobre processos que não estavam na
minha jurisdição", disse Witzel. (Via: Agência Brasil)
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