Os números de pessoas
infectadas e mortes em decorrência da pandemia do novo coronavírus continuam
crescendo em Pernambuco. De acordo com boletim divulgado pela Secretaria
Estadual de Saúde (SES-PE) nesta quinta-feira (28), foram confirmados mais 794
casos de pessoas infectadas pela covid-19 e 98 mortes nas últimas 24 horas.
Agora, Pernambuco contabiliza 30.713 casos de coronavírus e 2.566 óbitos
em virtude da doença.
Dos novos casos, 268 se enquadram como síndrome respiratória aguda grave
(srag), condição caracterizada por quadros mais severos da doença, que exigem
internamento. Outros 526 casos são leves. Já com relação ao número total
de casos, 13.354 são graves e 17.359 leves.
Os detalhes epidemiológicos serão repassados ao longo do dia
pela SES-PE.
Estudo revela maior aceleração no Norte e
Nordeste
Um estudo comparativo da Fiocruz Pernambuco reforça as percepções de
especialistas mundo afora: há um maior crescimento das taxas de
incidência (detecção) de covid-19 em Estados do Norte e Nordeste,
quando comparadas num primeiro período (até meados de abril) com o acumulado
até meados de maio. Além disso, a aceleração dessas taxas nesses locais foi
muito acima do resto do País.
A análise foi elaborada pelo pesquisador, estatístico e epidemiologista
Wayner Vieira, a partir de dados disponíveis na plataforma Covid-19 no mundo,
no Brasil e em Pernambuco, da Secretaria de Planejamento e Gestão de Pernambuco
(Seplag). Estados das regiões Norte e Nordeste, incluindo Pernambuco, tiveram
crescimento dessa taxa de casos por milhão de habitantes, aumentando mais que a
média brasileira. Em dois deles, o aumento foi de quase 50 vezes em maio:
Tocantins (49,8) e Sergipe (47,8). As taxas de Alagoas, Pará e Paraíba
cresceram mais de 20 vezes, enquanto Roraima, Piauí, Acre, Maranhão, Amazonas e
Amapá cresceram mais de 10 vezes; Bahia, Roraima, Ceará e Pernambuco viram a
taxa ser multiplicada por 9.
Todos tiveram índice maior do que o nacional. A média do crescimento no
Brasil foi de 7 vezes, o que já é considerado alto pelos especialistas. O Rio
Grande do Norte foi o único Estado do Nordeste abaixo desse número, com 6,6.
A análise de Wayner retrata um deslocamento da maior incidência da covid-19
entre os Estados brasileiros e sinaliza para uma possível influência, nessa
trajetória, das iniquidades sociais e da vulnerabilidade das condições de vida
nas áreas mais pobres do Brasil. “Esse crescimento acelerado no Norte e no
Nordeste não pode ser explicado tão somente por questões de momento. Existe uma
lacuna de desenvolvimento nesses Estados, o que é refletida, por exemplo, pelo
IDH (Índice de Desenvolvimento Humano)”, explica Wayner, que integra o
departamento de Saúde Coletiva da Fiocruz Pernambuco. “Os Estados onde as taxas
mais aumentaram são os mais pobres. Com a interiorização da covid-19 que está
acontecendo, essa situação tende a ser observada com mais intensidade”,
acredita o pesquisador.
Ele acrescenta que a pandemia atingiu o País, no primeiro momento, em
áreas socioeconomicamente menos vulneráveis, com a covid-19 sendo trazida pelos
viajantes que circularam pela China, Europa e, posteriormente, América do Norte
para o eixo Rio-São Paulo, Distrito Federal, distrito industrial de Manaus,
Fortaleza e Recife.
Segundo o Ministério da Saúde, nas últimas 24 horas dessa quarta-feira (27), foram
confirmados 20.599 novos diagnósticos de covid-19 no Brasil. O
número de novos óbitos teve elevação de 1.086 falecimentos. No total, o país
soma, desde o início da pandemia, 411.821 casos e 25.598 vidas perdidas. (Via: Conteúdo Jc Online)
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