Segundo levantamento realizado
pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em São Paulo, o Brasil bateu em
2017 o recorde de mortes violentas intencionais, como homicídios e latrocínios.
Foram 63.880 vítimas, o equivalente a 175 por dia ou 7 por hora. A taxa de
mortes por 100 mil habitantes atingiu a marca de 30,8. Em 2016, o País havia
registrado 61,6 mil mortes violentas. Em um ano, o crescimento foi de 2,9%.
Conforme o Estadão, doze unidades da Federação apresentaram crescimento
das mortes violentas no País, puxando a taxa nacional. O Rio Grande do Norte
assumiu a liderança entre os Estados mais violentos, com uma taxa de 68 por 100
mil habitantes, seguido pelo Acre (63,9) e Ceará (59,1). Foi também o Ceará que
viveu o maior crescimento proporcional da violência: 48,6%. As menores taxas
foram constatadas em São Paulo (10,7), Santa Catarina (16,5) e Distrito Federal
(18,2).
Outros crimes também registraram aumento. As mortes decorrentes de ações
policiais chegaram a 5,1 mil, crescimento de 20% em relação a 2016. No período,
367 policiais foram mortos no País, uma queda de 4,9%. Os casos de estupros
chegaram a 60 mil no País ao longo dos 12 meses de 2017, alta de 8,5% em
relação a 2016.
No ano passado, o Brasil teve 119,4 mil armas apreendidas pelas polícias,
uma variação de 0,2%. O Fórum destacou que 13,7 mil armas legais passaram para
o circuito ilegal no período. Segundo a instituição, 94,9% do armamento
apreendido não foi cadastrado no sistema na Polícia Federal, o que dificultaria
o rastreamento da origem da arma.
"Vivemos uma guerra aberta entre as organizações criminosas em busca
de territórios e dinheiro. Isso agravou a situação de crescimento (de
homicídios), como no Acre e no Rio Grande do Norte. Essa nova dinâmica do crime
chega com uma camada de crueldade, com casos recorrentes de decapitação das
vítimas, por exemplo", diz o diretor-presidente do Fórum, o sociólogo
Renato Sérgio de Lima.
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