Um atraso no sistema do TSE
(Tribunal Superior Eleitoral) pode fazer com que diversas emissoras de rádio
— principalmente pequenas e médias no interior do país — não veiculem a
propaganda eleitoral gratuita na manhã desta sexta-feira (31).
A corte atrasou a publicação do chamado mapa de mídia das campanhas, ou
seja, o roteiro que os partidos fazem para as emissoras, informando os
comerciais e a possível ordem de suas publicações.
Até a noite desta quinta-feira (30), poucas horas antes da estreia do
horário eleitoral no rádio, várias transmissoras ainda não haviam recebido a
programação.
Isso se tornou um problema para os veículos menores, que não têm
expediente após o horário comercial. Uma das opções, para não levarem multa,
seria deixar uma espécie de branco durante o horário eleitoral, com uma
mensagem repetida de que aquele espaço seria reservado para a propaganda
política.
O TSE disponibilizou o material às 22h35 desta quinta.
De acordo com a assessoria de imprensa do tribunal, as pequenas emissoras
começam a trabalhar cedo, normalmente antes do início da propaganda, com
inserções já às 6h. Assim, justifica, seria possível acessar o material com
alguma antecedência.
Fernando Alencastro, secretário do tribunal e coordenador do pool de emissoras,
corrobora essa tese. "Todas as rádios do país vão conseguir veicular as
inserções às 6h", afirmou.
Segundo ele, os partidos tinham prazo para entregar as mídias até às 17h
desta quinta. Somente depois disso o TSE fez o plano que foi encaminhado para a
elaboração do hotsite.
"Isso leva tempo. Só conseguimos fazer a compilação às 19h",
disse Alencastro. "Há um atraso, mas ocasionado por diversos atores, não é
responsabilidade exclusiva do TSE", acrescentou.
Responsáveis pela comunicação da campanha de diversos candidatos reclamam
da gestão da nova presidente do TSE, Rosa Weber, que assumiu a corte em 14 de
agosto.
Segundo eles, o tribunal, sob o comando da ministra, demorou para acertar
o sistema que funcionaria para as emissoras de rádio terem acesso à programação
produzida pelas campanhas.
Nas eleições anteriores, os partidos subiam diretamente no site do TSE
seus programas de rádio e as emissoras, com um código especial, acessavam esse
conteúdo para fazerem a veiculação.
Além do atraso na divulgação do mapa de mídia, as campanhas reclamam que,
desta vez, não poderá haver uma regionalização ou segmentação dos comerciais.
Antes, os partidos podiam escolher a quantidade de vezes que determinada
peça seria publicada na rádio em um ou outro estado, seguindo uma estratégia
para cada região do país. Este ano, afirmam dirigentes das siglas, isso não
poderá ser feito e a veiculação dos comerciais será feita de maneira única em
todo o país.
Alencastro afirma, por sua vez, que as mudanças foram definidas em conjunto
com a Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão) e que o
TSE está fazendo um "mutirão" para resolver os problemas. (Via: Folhapress)
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