Por Josias de Souza
A sabedoria popular ensina: quem
tem calos não deve se meter em apertos. Com a inelegibilidade latejando, Lula
pediu ao Supremo que abrisse sua cela, para que ele pudesse mergulhar na
campanha.
O feitiço acabou enfeitiçado no plenário da Suprema Corte, que cogitava
não só manter Lula na tranca como carimbar sua ficha suja. Espremido, Lula
solicitou ao Supremo que esqueça sua
petição.
Na véspera, com receio de violar regras do TSE, Lula fora obrigado a
colocar seu poste na rua. Com dez dias de antecedência, converteu Fernando
Haddad em número dois de sua chapa, acomodando Manuela D’Ávila no banco de
reserva.
Lula promoveu o strip-tease de
sua suposta candidatura em apenas dois movimentos. Num, reconheceu a indigência
jurídica do seu plano ao fugir do supremo veredicto sobre sua inelegibilidade.
Noutro, deu à luz a chapa Haddad—Manuela.
Com tanta desenvoltura, Lula acabou transportando sua ficha suja do fundo
da loja do PT para a vitrine. Foi como se o estrategista do bunker carcerário
desejasse criar um novo brocardo: nunca deixe para amanhã o que você pode
deixar hoje.
O PT mantém a intenção de registrar a candidatura de Lula no Tribunal
Superior Eleitoral na data-limite: 15 de agosto. Mas Lula, desde logo, vai se
despindo da condição de candidato para assumir novamente o papel de levantador
de postes.
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