Com
a indefinição sobre quem vai pagar o custo de operação da transposição do Rio
São Francisco, previsto em aproximadamente R$ 500 milhões anuais, o Ministério
da Integração Nacional e o Instituto Interamericano de Cooperação para a
Agricultura (IICA) estão analisando a viabilidade para o uso de energias
renováveis no projeto. O consumo de energia elétrica corresponde a cerca de 80%
dos gastos do empreendimento, segundo a pasta.
Uma
das formas pode ser tentar energia solar sobre espelho d’água, ou seja, em
cima dos canais, que somam 270 quilômetros entre Pernambuco, Ceará e Paraíba,
nos dois eixos. De acordo com o ministério, algumas vantagens são de que a
evaporação é reduzida, já que os painéis solares montados em canais bloqueiam a
radiação do sol, e o crescimento de algas é minimizado, ajudando também na
redução do custo de manutenção e aumentando a vida útil dos equipamentos.
Segundo a Integração Nacional, serão feitas análises das tendências de
mercado em energias renováveis e o levantamento dos aspectos técnicos da região
de implantação, como geologia, acesso, restrições ambientais, além de
hidrografia e clima. Até agora, foram elaborados dois relatórios, um plano de
trabalho e uma análise de cenário, mas ainda é aguardado o documento final com
sugestões.
O alto custo é motivado pelo acionamento das bombas para elevar a água
entre os canais.
Consta nos termos de compromisso da transposição que a cobrança da água
e o pagamento dos gastos de operação e manutenção do sistema ao operador
nacional, que até agora é a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São
Francisco e do Parnaíba (Codevasf), caberão aos estados receptores.
Entrega atrasada
O eixo leste foi entregue há um ano e meio, em cerimônia com o
presidente Michel Temer (MDB) que demonstrou a briga pela paternidade da
transposição, iniciada em 2007, no governo Lula (PT).
Apesar de esse trecho ter cerca
de 200 quilômetros de canais passando por Pernambuco, o Estado não é
beneficiado ainda – a não ser aproximadamente 30 mil habitantes do município de
Sertânia. Isso porque faltam concluir obras complementares, como a Adutora e o
Ramal do Agreste, mesmo problema vivenciado por outros estados.
O eixo norte foi retomado há um ano, após passar um ano com obras paradas
entre Pernambuco e Ceará. A Mendes Júnior, envolvida na Operação Lava Jato,
deixou os canteiros alegando dificuldade de obter crédito e a licitação levou
um semestre para ser retomada, além de ter passado por um imbróglio judicial
após ser concluída. Este ano, a construtora foi substituída mais uma vez. Na
última sexta-feira (3), Michel Temer deu um novo prazo para a conclusão desse trecho:
até o fim do ano. (Via: blog do Jamildo)
Blog: O Povo com a Notícia