O futuro governo de Jair
Bolsonaro já tem um plano para aumentar investimentos em infraestrutura. O
pacote de medidas que a equipe de transição prepara para o setor prevê a
extinção da Valec — estatal que administra malhas ferroviárias —, o
fortalecimento do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes
(Dnit), a realização de mais dois leilões de privatização de aeroportos e a
transferência de pequenos terminais para estados e municípios e até alterações
na gestão das normas de trânsito.
O Departamento Nacional de Trânsito
(Denatran), que é subordinado atualmente ao Ministério das Cidades, vai migrar
para o Ministério de Infraestrutura. A ideia é ampliar a participação do setor
privado, com a Empresa de Planejamento e Logística (EPL) reformulada para a
criação de novos projetos e concessões.
Em entrevista ao GLOBO, o futuro ministro de Infraestrutura,
Tarcísio de Freitas, afirmou que o plano já está todo montado e será executado
aos poucos:
— Haverá uma revolução na área de
infraestrutura nos próximos anos.
Freitas explicou que após a
realização, em março, do próximo leilão de aeroportos, cujo modelo foi definido
pelo atual governo com a divisão de 12 terminais em três blocos, o novo
ministério fará mais duas etapas de licitação. Os aeroportos também serão estruturados
em blocos. Um grupo entre seis e dez pequenos terminais deficitários serão
repassados para estados e municípios, que também poderão delegar a
administração deles à iniciativa privada.
De acordo com os planos do futuro
ministro de Infraestrutura — que vai acumular a atual pasta dos Transportes,
Portos e Aviação Civil —, o aeroporto de Congonhas, em São Paulo, considerado a
joia da coroa, será concedido em um bloco de terminais. Mas isso ainda não foi
fechado com a equipe econômica, diante do potencial de receitas. Pelas
estimativas oficiais, a arrecadação pode superar R$ 7 bilhões se Congonhas for
privatizado individualmente — o que reforçaria o caixa da União no programa de
privatizações de estatais. Já o Santos Dumont, no Rio, deverá ser o principal
atrativo de outro bloco. (Por Geralda Doca - O GLOBO)
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