O quadro de saúde do presidente
Jair Bolsonaro (PSL) se mantém estável neste sábado (14), um dia após a
retirada da sonda nasogástrica. Segundo a equipe médica responsável pelo
presidente, Bolsonaro segue apresentando melhora progressiva e deve evoluir
para a dieta cremosa (com papas e sopas mais espessas) na noite deste sábado ou
na manhã deste domingo (15), a depender de avaliação.
Na sexta-feira (13), os médicos retiraram a sonda nasogástrica do
presidente, que ficava conectada ao seu nariz e ia até o estômago. O tubo, que
tinha sido colocado na terça (10), tinha a função de ajudar na saída da grande
quantidade de ar que se acumulou no estômago e no intestino.
Com a retirada da sonda, Bolsonaro também voltou a receber a dieta líquida
(chá, gelatina, caldo ralo), suspensa na terça e substituída pela nutrição
parenteral endovenosa (pelas veias).
As duas formas de alimentação estão mantidas. A alimentação líquida, que
na sexta era de 50 ml de hora em hora, agora está "totalmente
liberada", segundo o cirurgião Antônio Macedo, que cuida do presidente.
O presidente caminhou e está bem-humorado, de acordo com o porta-voz da
Presidência, general Otávio Rêgo Barros.
"Hoje o doutor Macedo teve que dar um puxão de orelha porque o
presidente queria ir ao jogo do Palmeiras. Ele disse que tem um segurança dele
que é um bom porta-bandeira e poderia segurar o suporte de alimentação",
afirmou o porta-voz, em tom de brincadeira.
Bolsonaro está internado no Hospital Vila Nova Star, na zona sul de São
Paulo, onde foi submetido no domingo (8) à quarta cirurgia desde que sofreu uma
facada durante um ato de campanha em setembro de 2018.
As visitas continuam restritas e não há previsão de alta até o momento,
mas a estimativa é de que o presidente seja liberado até terça-feira (17).
O processo de reintrodução dos líquidos na dieta tem que ser feito aos
poucos para evitar mal-estar, vômitos e distensão (inchaço) abdominal.
Ainda de acordo com os médicos, o paciente está sem febre e sem dor e dá
sinais de melhora dos movimentos intestinais. Ele só poderá ter alta depois que
evoluir da dieta líquida para a cremosa.
Bolsonaro também faz sessões de fisioterapia respiratória e motora, que
incluem caminhadas no corredor do hospital.
O presidente ficará fora do cargo mais tempo do que o previsto
inicialmente, atendendo a orientações médicas. A previsão inicial era que ele
reassumisse a cadeira na sexta-feira, mas a equipe sugeriu período mais longo
de descanso. O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) ocupa o posto até terça.
Na tentativa de mostrar que está bem de saúde, Bolsonaro fez na noite
desta quinta-feira (12) uma live em redes sociais do quarto do hospital onde
está internado.
Usando roupa hospitalar e a sonda nasogástrica, ele demonstrou sinais de
cansaço na voz e anunciou que, por recomendação médica, falaria pouco. Na
transmissão online, que durou cerca de três minutos, o presidente enumerou o
que classificou como "coisas boas para informar ao Brasil".
No último domingo, os médicos corrigiram uma hérnia que surgiu na região
do abdômen em decorrência das múltiplas incisões feitas no local nos últimos
meses. A operação durou cinco horas e foi considerada bem-sucedida.
Logo após a cirurgia, Bolsonaro vestiu uma cinta elástica para pressionar
o abdômen operado e ajudar no processo de recuperação.
O surgimento da chamada hérnia incisional já era esperado pelos médicos
que atendem o presidente, em razão da série de intervenções feitas na região da
barriga do paciente para tratar os danos provocados pelo ataque.
O então presidenciável foi esfaqueado por Adélio Bispo de Oliveira em 6 de
setembro de 2018. O autor do crime está preso desde então.
A hérnia ocorreu porque, em virtude do enfraquecimento da parede muscular
do abdômen, uma parte do intestino passou por uma cavidade desse tecido. As
sucessivas incisões (cortes) na barriga fragilizaram o músculo, o que fez com
que a porção do órgão e uma camada de gordura rompessem a membrana, criando uma
saliência sob a pele. (Via: Folhapress)
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