“As pessoas têm muito preconceito
com o Alzheimer. Acham que a pessoa começa a falar um monte de bobagem e
fica desligado do mundo. Com meu marido não foi assim. Ele continuou sendo o
mesmo homem educado com todos. Continua sempre cheiroso e limpo como sempre
gostou de estar. É o rei da nossa casa”, disse a aposentada Ana Maria
Maciel, 78 anos.
Casada com o ex-vice-presidente da República Marco Maciel, 79,
diagnosticado com a doença em 2001, ela assumiu todos os papéis
dentro de casa. Para ela, a paciência e o amor — construído ao longo dos 52
anos de casados — são a receita para enfrentar a enfermidade.
Os primeiros sinais da doença mais se assemelhavam aos da depressão.
Maciel começou um tratamento e meses depois veio o diagnóstico do Alzheimer.
“Até 2014, a doença evoluiu negativamente, porque, como era político, as
pessoas perguntavam sobre fatos históricos e ele não conseguia lembrar. Ele
percebia o esquecimento e ficava constrangido. No fim de 2014, ele não quis
mais sair, só para consultas e coisas corriqueiras. Agora, está em fase
avançada”, afirma. Sem andar e falar, o ex-vice-presidente conta com o auxílio
da mulher e de uma equipe de profissionais para as atividades do dia a dia.
A doença é neurodegenerativa progressiva e se manifesta pela deterioração
cognitiva e da memória, comprometimento progressivo das atividades de vida
diária e uma variedade de sintomas neuropsiquiátricos e de alterações
comportamentais. Ela acomete em grande parte idosos e representa cerca de 50% a
75% dos casos de demência no mundo, sendo o tipo mais frequente da enfermidade
cerebral. Suas causas ainda não são totalmente conhecidas. Em 21 de
setembro é lembrado o Dia Mundial do Alzheimer. (Correio Braziliense)
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