A Polícia Civil de São Paulo
anunciou nesta terça-feira (10) o indiciamento da modelo Najila Trindade pelos
crimes de denunciação caluniosa, fraude processual e extorsão no caso em que
acusou o atacante Neymar de estupro. O ex-marido de Najila, Estivens Alves, foi
denunciado por fraude processual e divulgação de conteúdo erótico.
O indiciamento dos dois foi decidido após a conclusão dos
inquéritos relacionados à acusação de estupro. A investigação já havia sido
arquivada no dia 8 de agosto pela juíza Ana Paula Gomes Galvão da Vara da
Região Sul 2 de Violência Doméstica Familiar.
A delegada Juliana Lopes Bussacos, da 6ª Delegacia de Defesa
da Mulher, de Santo Amaro, afirmou não ter encontrado provas para indiciar
Neymar na investigação. A delegada informou que não poderia oferecer detalhes
da decisão, pois o inquérito corre sob segredo de justiça. A defesa de Najila
tentou a reabertura do caso, mas o pedido foi negado.
Outras duas investigações estavam em curso a partir do
suposto estupro. Uma delas, solicitada pela defesa de Neymar, alegou
denunciação caluniosa e extorsão de Najila. O indiciamento da modelo ocorreu
nesta peça de investigação. O outro inquérito foi aberto pelos delegados para
apurar o desaparecimento de objetos eletrônicos da casa da modelo.
O ex-marido de Najila também foi indiciado por ter
participado do caso, segundo a Polícia Civil, por divulgação de conteúdo
erótico da modelo para um repórter em troca de espaço na imprensa. Os
inquéritos continuam sob segredo de justiça e foram encaminhados ao Tribunal de
Justiça para apreciação dos representantes do Ministério Público e do Poder
Judiciário.
Em contato com a reportagem do jornal O Estado de S. Paulo,
Cosme Araújo, defensor de Najila, afirmou que ainda não teve conhecimento do
relatório da delegada Monique Lima, do 11º DP, responsável pelo indiciamento.
Entenda o caso
As investigações sobre o suposto
estupro de Neymar sobre Najila em um hotel de Paris começaram em 31 de maio. A
modelo chegou à 6ª Delegacia de Defesa da Mulher, no bairro de Santo Amaro, em
São Paulo, e foi ao Hospital Pérola Byington, onde realizou exame de corpo de
delito. A modelo relatou que o atacante estava alterado, fez sexo contra a
vontade dela, sem usar camisinha. O atacante negou o estupro, disse que usou
preservativo e o jogou no vaso sanitário.
A promotora Flávia Merlini afirmou
que os laudos do Instituto Médico Legal (IML) não constataram nenhum sinal de
violência em Najila. A única lesão identificada foi no dedo, ocorrida no dia
seguinte ao suposto estupro, quando a modelo brigou com Neymar no quarto do
hotel.
No dia seguinte, Neymar esteve no
mesmo quarto e foi agredido por Najila. A modelo gravou o encontro e alegou que
buscava uma prova de que se encontrara com o atleta. O vídeo tem cerca de 60
segundos. A modelo afirmou que gravou todo o encontro, mas o vídeo teria sido
furtado juntamente com seu tablet. As imagens nunca foram mostradas aos
investigadores. (Via: Agência Estado)
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