Os casos de coronavírus no mundo
passaram de 3,5 milhões nesta segunda-feira (4), e as mortes se aproximaram de
250 mil, de acordo com uma contagem da Reuters, o que leva especialistas a
temerem uma defasagem considerável de relatos, apesar de a taxa de mortes e
casos novos estar desacelerando.
Países da América do Norte e da Europa, onde as taxas de crescimento da
contaminação estão diminuindo, ainda respondem pela maioria das novas infecções
relatadas nos últimos dias.
Mas a quantidade de casos está aumentando na América Latina, África e
Rússia, e especialistas expressaram o receio de que os dados gerais estejam
muito aquém do verdadeiro impacto da pandemia.
Globalmente, surgiram 74.779 casos novos nas últimas 24 horas, segundo uma
contagem da Reuters que se baseia em dados oficiais de governos - o que eleva o
total de casos para cerca de 3,52 milhões.
Outras
gripes
Em comparação, a gripe sazonal anual provoca de 3 a 5 milhões de casos de
doenças graves, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), mas a cifra
ainda fica bem abaixo da gripe espanhola, que começou em 1918 e infectou cerca
de 500 milhões de pessoas.
"Ainda temos que ser céticos com os números que recebemos",
disse Peter Collignon, médico especialista em doenças infecciosas e
microbiologista do Hospital de Canberra, à Reuters. "Isto é um problema
enorme".
"A taxa de mortalidade também é dez vezes mais alta do que a da gripe
em todas as faixas etárias", relatou Collignon.
Os casos podem provocar somente sintomas leves e nem todas a pessoas com
sintomas são examinadas, e a maioria dos países só registra mortes nos
hospitais, o que significa que falecimentos em residências e casas de repouso
ainda não foram incluídos.
Mortes,
isolamento e impacto econômico
As mortes relacionadas à covid-19, a doença causada pelo novo vírus, estão
em 246.920. A primeira delas ocorreu no dia 10 de janeiro em Wuhan, na China,
onde o vírus surgiu em dezembro.
A taxa diária de casos novos em todo o mundo ficou em torno de 2% a 3% na
semana passada, tendo tido um pico de cerca de 13% em meados de março, o que
levou muitas nações a começarem a afrouxar as medidas de isolamento que
transtornaram os negócios e abalaram a economia global.
Mas o relaxamento das restrições causa polêmica enquanto os especialistas
debatem a melhor estratégia para impedir uma grande "segunda onda" do
surto.
"Poderíamos facilmente ter uma segunda ou terceira onda porque muitos
lugares não estão imunes", alertou Collignon, observando que o mundo está
distante de uma imunidade de rebanho, que exige que cerca de 60% da população
tenha se recuperado da doença. (Via: Agência Brasil)
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