Prefeitos da Regional Metropolitana do
Recife, da Zona da Mata, Agreste e Sertão, participaram ontem de mais uma
rodada de conversa, por videoconferência, com o governador Paulo Câmara (PSB).
A reunião remota contou com a participação de 150 gestores, que foram
mobilizados pela Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe). Além de
detalhar as ações realizadas para combater o novo coronavírus, o governador
apresentou uma planilha demonstrando o déficit do governo e quanto à gestão
estadual já gastou no combate ao novo coronavírus, valor estimado em R$ 500
milhões.
Segundo
o presidente da Amupe, José Patriota, na reunião, o Governo de Pernambuco
argumentou que os recursos do governo federal destinados ao estado não
cobririam os custos do combate à pandemia. “É uma situação difícil que
precisamos enfrentar”, constatou Patriota. Também participaram da
videoconferência representantes da Confederação Nacional dos Municípios (CNM).
O governador Paulo Câmara aproveitou o encontro para destacar os números de
leitos abertos para atender pacientes da Covid-19 e dos profissionais de saúde
contratados nos últimos meses pelo estado.
De
acordo com Paulo Câmara, que na reunião recebeu o suporte dos secretários da
Saúde, André Longo, da Casa Civil, José Neto, e da Fazenda, Décio Padilha, em
dois meses, foram abertos 532 novos leitos de UTIs e 616 novos leitos de
enfermaria. Além disso, o estado contratou cinco mil profissionais da área de
saúde e aumentou a capacidade de testagem para o coronavírus, passando de 200
para sete mil exames semanais. Foram comprados também mais de 15 milhões de
EPIs. Na avaliação do gestor, o investimento na aquisição de EPIs mostra a
preocupação com a população e com os profissionais de saúde “Estamos passando
pelos momentos mais difíceis de nossas vidas. O isolamento social é
responsabilidade de todos. Precisamos nos unir nesse esforço, estados e
prefeituras, com o objetivo de avançar para reduzir a capacidade de
disseminação do vírus”, ressaltou Paulo Câmara.
Durante
a reunião, os prefeitos apontaram suas demandas, a exemplo de Raquel Lyra, de
Caruaru, que cobrou do governo a interiorização de leitos de UTI e a
distribuição de EPIs. Representando os municípios do Agreste, a prefeita de
Capoeiras, Neide Reino, pediu o apoio para engajar as polícias.
Segundo
dados do governo do estado, em dois meses foram abertos 532 novos leitos de UTI
e 616 de enfermaria militar e civil na conscientização da população que
descumpre o isolamento social. Já o prefeito de Petrolina, Miguel Coelho, pediu
insumos à secretaria de Saúde para ampliar a capacidade de testagem do município
por meio do Hospital Universitário da Universidade Federal do Vale do São
Francisco (Univasf).
Sobre
o trabalho voltado para interior, Paulo Câmara destacou a instalação dos
hospitais de campanha, que estão sendo instalado pela Secretaria Estadual de
Saúde. Em Caruaru, por exemplo, segundo informou, no terreno localizado ao lado
do Hospital Mestre Vitalino, serão instalados 104 leitos, sendo 76 de
enfermaria, 26 semi-intensivos e dois de estabilização.
Ao
falar da reunião, que durou mais três horas, o presidente da Amupe, José
Patriota, disse que o tempo foi ideal para nivelamento de conhecimento. “Muita
coisa foi debatida. Com o decreto de quarentena para os cinco municípios com
maior número de casos de coronavírus, as prefeituras estão preocupadas em como
tomar as medidas caso elas se estendam para outras cidades. Vamos observar e
avaliar”, relatou Patriota, referindo-se à quarentena decretada pelo governo
para Recife, Jaboatão dos Guararapes, Olinda, São Lourenço da Mata e
Camaragibe.
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