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domingo, 3 de maio de 2020

Sergio Moro depõe por mais de 8 horas e apresenta novas provas

Em pronuncimento ao pedir demissão do Ministério da Justiça, Sergio Moro afirmou que o presidente Bolsonaro teria tentado interferir politicamente na Polícia Federal

Após mais de oito horas de depoimento na sede da Superintendência da Polícia Federal do Paraná, em Curitiba, o ex-ministro da Justiça Sergio Moro terminou seu depoimento no inquérito que apura sua acusação de que o presidente Jair Bolsonaro interferiu nas investigações.

Segundo fontes, Moro, que começou a depor pouco depois das 14h e terminou de falar perto das 23 horas, detalhou as acusações contra o presidente, em especial as que fez no dia em que deixou o cargo. Também apresentou arquivos digitais que serão avaliados pela polícia, como conversas de WhatsApp, áudios e e-mails trocados com o presidente e com outros integrantes do governo.

O ex-ministro falou no âmbito do inquérito aberto pela Procuradoria-Geral da República (PGR) para apurar os supostos crimes levantados por Moro. As acusações envolvem, principalmente, a alegação de que há uma interferência política, por parte do presidente, na Polícia Federal em prol de benefício próprio. 

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello é o relator do inquérito.

O depoimento ocorreu no mesmo prédio em que o ex-presidente Lula ficou preso em decorrência da Lava Jato, comandada por Moro. Ele foi ouvido em Curitiba justamente por ser seu local de domicílio, agora que já deixou Brasília. 

Sede da Policia Federal neste sábado (02), durante o depoimento do ex-ministro da Justiça Sergio Moro, como testemunha nas acusações de que o presidente Jair Bolsonaro teria interferido no trabalho da PF.

O depoimento poderia acontecer em 60 dias, mas foi antecipado por Celso de Mello. A antecipação aconteceu após um pedido do senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e dos deputados Tabata Amaral (PDT-SP) e Felipe Rigoni (PSB-ES) para que agilizassem o processo devido à gravidade destas acusações. 

Manifestação

Antes da chegada do ex-ministro, um pequeno grupo de apoiadores de Bolsonaro protestou com palavras de ordem contra Moro e a imprensa. 

Com microfones, militantes chamavam Moro de "Judas", "rato", e chegaram a falar que "a biografia do Moro deveria ser jogada na privada", entre outros xingamentos. "Porque não investigava quem tentou matar o presidente?", gritavam.

Também havia alguns apoiadores de Moro, com faixas de apoio, no local.

Apoiadores do ex-juiz e ex-ministro Sergio Moro e do presidente Jair Bolsonaro concentrados em frente à sede da Polícia Federal, em Curitiba (PR) na manhã deste sábado

Blog: O Povo com a Notícia
Via: CNN