Depois da prisão de um traficante que vendia porções da chamada cocaína rosa para usuários de alto poder aquisitivo no Distrito Federal, investigadores da Coordenação de Repressão às Drogas (Cord) desarticularam, nesta quarta-feira (1º/9), uma organização criminosa que produzia uma droga líquida chamada “purple drink” (bebida roxa, em tradução livre do inglês).
O bando havia se especializado no desvio de
receitas médicas para aquisição de medicamentos de uso controlado e confecção
do purple drink. A droga era traficada em plataformas de comércio on-line, além
de perfis de rede social. O grupo criminoso ainda publicava vídeos com a droga
sendo feita em diversos perfis nas redes sociais.
Os criminosos faziam questão de mostrar a
suposta facilidade que tinham em adquirir atestados médicos e receitas para
todas as espécies de medicamentos controlados. A Cord identificou que os
traficantes falsificavam carimbos médicos e passavam a prescrever medicamentos
de uso controlado, quando então compareciam a diversas farmácias do DF e
adquiriam as medicações usadas para fazer o purple drink.
Vídeo:
Aspecto brilhante
O Metrópoles não revelará o nome das substâncias para evitar que
a confecção da bebida seja disseminada. No entanto, o medicamento usado pelos
criminosos é um analgésico oral utilizado para dor aguda e crônica. Os
traficantes misturam refrigerante aos medicamentos para finalizar o purple
drink.
O
aspecto brilhante de cor roxa e o sabor adocicado da bebida têm encontrado cada
vez mais adeptos entre os jovens. “Todos levavam uma vida de alto padrão e não
tinham receio de se expor, pois publicavam vídeos e fotos com grandes quantias
de dinheiro, realizando viagens. Vários deles filmavam os fármacos que eram
comercializados e as drogas diversas que também eram vendidas pelo grupo”,
explicou o diretor da Cord, delegado Rogério Rezende.
Em postagens nas mídias sociais, o grupo
gabava-se, inclusive, de ter acabado com o estoque de medicamentos de uma
farmácia do DF. A investigação identificou 88 frascos adquiridos pelo grupo nos
últimos seis meses.
Fotos:
Hotéis de luxo
Durante as
investigações, a PCDF identificou que a organização criminosa havia
desenvolvido uma estratégia para não ser alcançada. Os integrantes do grupo
criminoso costumavam se hospedar em hotéis de luxo espalhados pelo DF. “Era
comum permanecerem temporadas em diferentes hotéis localizados na área
central”, explicou o delegado.
Dois suspeitos foram
presos nessa terça (31/8), após cumprimento de mandado de busca e apreensão, em
Ceilândia Norte. Contra eles, havia mandado de prisão temporária expedido pela
5ª Vara da Fazenda Pública do DF.
O terceiro membro do grupo foi preso na segunda (30), em abordagem de rotina realizada pela Polícia Civil goiana. Todos responderão pelos crimes de tráfico de drogas, associação para o tráfico, falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais e falsificação de documento. (Via: Metrópoles)
Blog: O Povo com a Notícia