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quinta-feira, 16 de setembro de 2021

Pernambuco orienta manutenção de vacinação contra Covid para adolescentes sem comorbidades, apesar de nova recomendação federal

O governo de Pernambuco orientou, nesta quinta (16), que os municípios mantenham a vacinação contra a Covid-19 para adolescentes entre 12 e 17 anos, sem doenças pré-existentes. Para isso, as 184 cidades devem usar apenas o imunizante da Pfizer.

Essa medida adotada em Pernambuco contraria uma nota técnica publicada, horas antes, pelo Ministério da Saúde (MS), que orientou a suspensão da aplicação do imunizante para esse público.

Para o governo federal, a imunização deve ficar restrita a três perfis específicos: adolescentes com deficiência permanente, com comorbidades e que estejam privados de liberdade.

A manutenção da vacinação de adolescentes com a Pfizer em Pernambuco foi anunciada durante entrevista coletiva concedida pelo secretário estadual de Saúde, André Longo, no Palácio do Campo das Princesas, sede do governo do estado, no Centro do Recife.

“Vamos continuar com o processo de vacinação. Amanhã [sexta-feira], teremos reunião do comitê técnico Estadual de imunizações e aguardaremos a posição oficial da Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária]”, afirmou André Longo.

Pernambuco segue, assim, estados como São Paulo. O governo paulista orientou a manutenção da imunização para os adolescentes. As prefeituras de Natal (RN) e Salvador (BA), no entanto, suspenderam a imunização desse público.

Pouco antes da coletiva, pelas redes sociais, o prefeito do Recife, João Campos (PSB), anunciou que o município também vai manter a vacinação do público de 12 a 17 anos.

A administração municipal disse que “aguardará a decisão do Comitê Técnico Estadual e, até lá, "não haverá a suspensão de nenhum agendamento para esse grupo”.

Durante a entrevista, Eduardo Jorge Fonseca de Lima, representante da Sociedade Brasileira de Imunizações, afirmou que vários países, como Estados Unidos, França e Canadá, estão vacinando adolescentes saudáveis, acima dos 12 anos.

“A vacina continua a ser recomendada pela Sociedade de Pediatria e pela Sociedade de Imunizações. Então, essa é a minha palavra para tranquilizá-los”, afirmou.

Segundo ele, os adolescentes que já foram vacinados devem tomar a sua segunda dose. “Estaremos aguardando novas orientações do ministério”, comentou.

Questionamento

Na entrevista desta quinta, o secretário André Longo criticou a postura do Ministério da Saúde, ao orientar a suspensão da vacinação de adolescentes, sem comorbidades.

“Infelizmente, o Ministério da Saúde fez um comunicado sem combinar com os estados e com os municípios, de forma apressada. Isso gera essa intranquilidade em relação a esse público de adolescentes”, declarou.

O gestor disse, ainda, que houve revolta entre os secretários estaduais de saúde, diante da decisão do governo federal.

“Na verdade, o que se devia ter feito era uma reunião e tripartite ouvir a Câmara Técnica do Programa Nacional de Imunizações”, declarou Longo

O secretário de Pernambuco disse, ainda, foi “pego de surpresa” com anúncio “infeliz” do ministério. André Longo informou que na sexta (17), haverá um encontro com os conselhos de secretários estaduais e municipais para discutir a questão.

De acordo com ele, esses colegiados fizeram um documento para um Anvisa. “É o órgão que regulamenta aplicação de vacinas no Brasil e que deve se manifestar em contrário essa posição. Caso se manifeste, aí sim, nós vamos ter uma referência técnica para seguir”, declarou.

O gestor da saúde estadual repassou dados sobre vacinação de adolescentes e disse que o índice de adversidades “é baixo”.

“Nós temos mais de 3,5 milhões de adolescentes vacinados e um índice de 1.500 efeitos adversos. Temos um caso suspeito de uma situação mais grave e que nós não podemos ainda atribuir diretamente a isso. Isso vai ter que ser investigado”, comentou.

Por fim, Longo declarou que é preciso ter uma posição técnica sobre a questão da vacinação para o público entre 12 e 17 anos.

“Não há espaço para a decisões políticas no Programa Nacional de imunizações. Havendo tecnicidade nas decisões, elas serão analisadas e seguidas provavelmente pelo nosso comitê”, observou.

Eduardo Jorge Fonseca de Lima também ressaltou a importância de a população ficar tranquila diante da vacinação de adolescentes, com o produto da Pfizer.

“A gente está falando aqui baseado em evidências de bases sólidas. A vacina foi testada, verificada e aprovada em adolescentes”. (Via: G1 PE)

Blog: O Povo com a Notícia