Faleceu nesta sexta-feira dia (10) no Hospital Regional Emília Câmara o radialista Anchieta Santos, de 61 anos. Nas últimas horas, seu quadro teve um agravamento e os médicos informaram à família que era irreversível.
Ele estava internado no Hospital Regional Emília Câmara. Ele
foi operado dia 5 de julho no Hospital da Restauração para tratar um tumor no
cérebro. O procedimento foi conduzido pela equipe do neurocirurgião Paulo
Brayner.
Desde então, o radialista alternou momentos de melhora
e de complicações. A família pediu privacidade e orações. Foi informado
pelo médicos ainda em Recife que o tipo de tumor que acometeu Anchieta era
extremamente agressivo e invasivo.
O comunicador apresentou seu último programa dia 18 de junho,
com um quadro de fortes dores que duravam alguns dias e não cedia a remédios
convencionais. Se despediu dizendo: “um abraço a todos e até amanhã, se houver
amanhã”. Não voltou mais.
Anchieta Santos é um dos profissionais mais respeitados da
história da Rádio Pajeú. Iniciando sua vida na radiodifusão na década de
70, é responsável pela formação de muitos profissionais e também pela migração
para o rádio notícia, marca da Pajeú até hoje.
Natural de Carnaíba, filho do casal Nair e Valdeci, Começou
com um programa da Igreja Católica chamado “O Galileu”, convidado por Osório
Rodrigues. Era acompanhado por Waldecyr Menezes, que percebeu seu talento
e o convidou para participar da programação da emissora. “Ficava esperando
algum comunicador faltar para assumir”.
Para se ter uma ideia de sua importância, da atual formação
da emissora, boa parte foi formada por ele: Aldo Vidal, Nill Júnior, Celso
Brandão, Augusto Martins, Michelli Martins, só para dar alguns exemplos, foram
formados ou descobertos por ele, fora ou quando já tinham alguma atividade na
Rádio Pajeú.
Nos anos 80, especialmente em 1983, imprimiu sua marca
a programas como o Rádio Repórter Pajeú e Grande Jornal Falado. Passou por
outras emissoras como A Voz do Sertão, Liberdade de Caruaru, Rádio Jornal
Caruaru, Rádio Clube de Pernambuco, Cardeal Arcoverde e recentemente Cidade FM
de Tabira. Mas nunca escondeu seu grande amor e identidade com a Rádio Pajeú.
Nos últimos anos, apresentava o programa Rádio Vivo. Na
reformulação da grade da emissora, em 2001, Anchieta estava tocando outros
projetos. Mas, convidado pela então Gerência de Programação, voltou à sua casa.
Amava fazer o Rádio Vivo, um desafio pelo horário, das 5h às 7h da manhã, mas
dizia gostar muito por “poder informar primeiro”.
Em entrevista a Fernando Pires em 2007, disse: “até o início
dos anos 90 a Pajeú viveu a fase de entretenimento. Não tinha a parte
informativa, comandada pelo professor Waldecyr Xavier de Menezes. Foi uma fase
da carta, da música, da brincadeira, do entretenimento”.
Disse que a parte da conscientização já existia com Dom
Francisco. “Depois de a gente ter passado por rádios em Serra Talhada e
Caruaru, a grande escola da época, convidados por Doutor Rogério Oliveira,
passamos a fazer dois programas diários de jornalismo, o Grande Jornal das 6h30
ás 7h e o Rádio repórter Pajeú, de 11h30 às 12h”.
“Sou o último produto de Waldecyr Menezes no Rádio”, brincava
em homenagem a quem considerava um mestre, assim como o Monsenhor Assis Rocha,
o Diretor com o qual ele mais conviveu e respeitou, a ponto de convidá-lo
para retomar um comentário semanal na Rádio Pajeú até este sábado, 11. “É meu
amigo e irmão. Tenho uma admiração por ele muito grande”.
Passou da fase da rádio escuta, tendo que ouvir rádios de
fora para informar à internet, com a informação em tempo real. “Pelo que eu
conheço de rádio, a rádio referência de informação no interior você tem
Caruaru, Petrolina e Afogados da Ingazeira com a Rádio Pajeú”, disse em 2007.
Elogiava a contribuição do Monsenhor João Acioly, Diretor Administrativo á
época.
No mesmo documentário, lembrou de Rogério Oliveira, Fernando
Souza, Zé Leite, Ednar Charles, Carlos Pessoa, Dinamérico Lopes, Abílio
Barbosa, Miguel Alcântara, Márcia Xavier, Tatiana Genésio, Sônia Ricardo, Geni
Rodrigues, Naldinho Rodrigues, Luciete Martins, Adalva Duarte, Roberval
Medeiros, Juracy Torres, João Almeida e Marlene Brito.
Era fundador da equipe esportiva Seleção do Povo, que teve
nomes como Wanderley Galdino, Elias Mariano, Augusto Martins, José Patriota,
Celso Brandão, Nill Júnior, Aldo Vidal e tantos outros nomes. Atuou
inicialmente como narrador e atualmente, comentarista esportivo.
Era também conhecido como o “maior palanqueiro do Brasil”,
marcado por campanhas históricas de Miguel Arraes a apresentação de eventos de
presidenciáveis como Luiz Inácio Lula da Silva. Trabalhou intensamente nas
eleições municipais de 2020 em várias cidades, emprestando sua voz potente aos
palanques e ao guia eleitoral em cidades de Pernambuco e Paraíba.
Tinha três filhos, Marlon, Rhayssa e Laysa Era casado com
Marineide Santos. Tinha ultimamente um amor especial pelos netos que vinham
chegando. A morte de Anchieta gera comoção e dor nas redes sociais.
Ainda de acordo com o nosso parceiro do Blog Nill Júnior, oelório e sepultamento: o velório
acontecerá no Cine Teatro São José. Será montado um esquema de segurança para
organizar filas e evitar gerar aglomerações. O sepultamento acontecera na manhã
deste sábado, 8h. O cemitério ainda não foi divulgado.
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