O capitão reformado do Exército José Wilson da Silva foi assassinado com dois tiros disparados dentro de sua casa, em Porto Alegre (RS), na madrugada da última sexta-feira. Ele completaria 90 anos amanhã.
Wilson lutou contra a ditadura militar, foi vereador do PTB, na capital gaúcha, quando estourou o golpe em 1964 e teve seus direitos políticos cassados. Ele viveu no exílio no Uruguai, com João Goulart e Leonel Brizola, de quem era mais próximo.
As circunstâncias que envolvem a
morte de Wilson levantam suspeitas entre os amigos de esquerda e de um partido
político, o PCdoB, que reivindicam que a investigação considere alguma eventual
intenção política. Dois homens invadiram a casa de Wilson na madrugada, no
bairro Parthenon. Ao ouvir o barulho do lado externo, no pátio, ele saiu com um
facão e levou dois tiros no tórax. Dois celulares de Wilson foram levados.
Ainda que a causa aparente aponte para um homicídio seguido de roubo, os
amigos pedem uma investigação rigorosa da Policia Civil.
“A morte de nosso companheiro
capitão Wilson é altamente suspeita. Há suspeitas de execução. Estamos
acompanhando o desenrolar dos acontecimentos” – disse o militante Jair
Krischke, presidente do Movimento Justiça e Direitos Humanos de Porto Alegre.
Em nota, o PCdoB também pede apuração.
“O PCdoB inclina suas bandeiras
de luta em homenagem a esse grande patriota, que teve toda a sua vida dedicada
à liberdade, ao Brasil e ao seu povo! O seu exemplo frutificará nas nossas
lutas e vitórias contra toda forma de opressão e exploração! Cobramos das
autoridades policiais e judiciárias o mais rápido e cabal esclarecimento das
circunstâncias que levaram a esse terrível crime.
Por sua atuação contra os militares, Wilson ficou conhecido como “Tenente
Vermelho”, alcunha que dá título ao seu livro biográfico. Era atuante até hoje
e presidia a Associação de Ex Presos e Perseguidos Políticos do RS.
Blog: O Povo com a Notícia