As filhas da cabeleireira e empresária Alessandra Souza de Rios, morta na última segunda-feira (17), classificaram o pai, Luiz Carlos Judeu, como mentiroso e manipulador. Ele é apontado como autor do femicídio que revoltou a população de Ipirá. Além de atirar na ex-mulher, ele também teria tentado atingir uma das filhas, o namorado e o primo dela enquanto fugia.
As gêmeas Lara e Sandy, de 18 anos, contaram ao Balanço Geral nesta quarta-feira (19) que Judeu debochou das filhas quando foi levado para a delegacia. Ao ouvir das meninas que elas tinham vergonha de ter o sobrenome dele, o suspeito apenas teria olhado e rido.
“Tudo o que a gente tinha era a nossa mãe. Desde os nossos 15 anos a gente trabalhava com ela no salão. Ela deixou um legado, uma profissão, e agora só Deus pra saber o que a gente vai fazer. Temos uma rede de apoio muito grande. Não nos sentimos desamparados porque temos amigos e familiares para nos ajudar. Esperamos que, desta vez, a Justiça seja feita porque antes não houve ninguém pra intimidá-lo. Era tudo levado a panos quentes. Minha mãe entrou em contato com delegado, mas acharam que nada ia acontecer, que ele não ia ter coragem, mas ninguém sabe do coração daquele demônio”, disse uma das filhas.
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Elas destacaram que Judeu costumava fazer jogo psicológico e “nunca teve responsabilidade” com elas, mesmo a família morando junto. A situação piorou e “o inferno começou” na vida de mãe e filhas quando o suspeito entendeu que não conseguiria mais reatar mais o relacionamento amoroso.
“Em agosto de 2020, após darmos queixa na polícia, pediram para agente sair de casa para dar tempo dele arrumar as coisas dele e sair, mas ele ficou 15 dias, sendo que a casa era nossa. Quando voltamos, ele havia saqueado a casa inteira, levou cama, ar condicionado, alimentos, cadeado, quebrou o banheiro e botou a casa para vender, alegando que era dele”, relataram as jovens.
Lara e Sandy citaram que o pai é um homem influente na cidade e exigiu cela especial quando foi preso. “Ele é extremamente mentiroso, manipulador, fica afirmando coisas absurdas da gente. Me bloqueou em todas as redes sociais, difamou a minha mãe, se negou a pegar pensão. Ele não tem onde cair morto. Meu diamante já se foi, não tenho mais nada a perder. Ele andava armado em qualquer lugar, teve medida protetiva pra ser evitada essa tragédia, mas ninguém fez nada”, denunciam.
Outra reclamação das meninas é que o pai se safou do incêndio do salão de Alessandra, ocorrido em 2021. “Não foi procurado câmera de segurança, não sei nem se ele prestou depoimento, se levou alguém pra dizer que estava em outra cidade. Não sei como foi que ele conseguiu sair dessa”, acrescentaram.
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