Uma pesquisa realizada pelos paleontólogos da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) revelou a descoberta do dinossauro mais antigo da região Nordeste do Brasil. A vértebra de um dinossauro bípede, terópode, do período Jurássico, que aconteceu de 145 a 208 milhões de anos atrás, foi encontrada próxima à cidade de Ibimirim, no sertão pernambucano, em 2019.
De acordo com o
portal da Folha de Pernambuco, o segmento analisado é comparável com um
Dilophosaurus de tamanho médio que, segundo o filme Jurassic Park, ele
apresenta algo parecido com asas nas laterais da cabeça que, sob ameaça, ficam
abertas. No Nordeste do Brasil, há apenas duas ocorrências de dinossauros do
período Jurássico. A primeira, anteriormente vista foi coletada na década de
1960 em Petrolândia, também no Sertão de Pernambuco.
“Estávamos fazendo
um trabalho de mapeamento geológico, em que a gente só via as rochas, além de
coletar fósseis diversos. Mas calhou de encontrarmos esse fóssil, que já
tínhamos a expectativa de encontrar há muito tempo”, relembrou o paleontólogo
Leonardo Oliveira.
A descoberta do
novo dinossauro foi fruto do mestrado de Leonardo. Ele explicou que a idade do
fóssil encontrado foi calculada de acordo com a formação rochosa onde ele
estava. “O nosso é o mais antigo do Nordeste, porque o de Petrolândia foi
encontrado em uma rocha acima da nossa. E, por conceito de geologia, a idade da
rocha de cima é mais nova que a rocha de baixo”.
De acordo com
Leonardo, no Brasil, existem poucos dinossauros do período Jurássico. “O que é
bem conhecido são dinossauros do Cretáceo no Nordeste, mas os que não são tão
conhecidos, porque faltam rochas do período Jurássico no Brasil todo, são os
dinossauros do período Jurássico. Por isso, além de ser o dinossauro mais velho
já encontrado no Nordeste, o nosso também é um dos mais antigos do Brasil”,
comentou.
Orientador do trabalho, o professor e paleontólogo Edison V. Oliveira informou que o animal descoberto é o primeiro comparável com a Família Dilophosauridae descoberto no Brasil. “Essa espécie que a gente coletou aqui a gente não definiu ela, porque a gente só tem uma vértebra. Então, por enquanto, a gente não poderia definir que espécie é. Mas, das espécies descritas na literatura, a que é mais parecida com a nossa é esse Dilophosaurus lá dos Estados Unidos”, completou Edison.
Os próximos passos para os pesquisadores é uma outra visita à Ibimirim, onde o local de encontro da vértebra será delimitado e novos fósseis do mesmo dinossauro serão procurados. Eles planejam retornar ao local ainda nesse mês de meio. “O que a gente precisa exatamente agora é voltar àquele local e tentar coletar outros fósseis desse animal. Coletar mais vértebras, dentes, seria ótimo se a gente coletasse crânio, o que tiver lá dele, se a gente conseguir coletar, vai ser ótimo”, explicou Edison.
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