Pelo menos quatro mulheres, fugitivas dos ataques de 8 de janeiro no Brasil, foram presas ao tentar entrar ilegalmente nos EUA. O fato aconteceu após a posse do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A informação foi confirmada ao portal Uol pela Polícia de Imigração e Alfândega dos EUA (ICE).
Três delas estão detidas a mais de 50 dias em solo norte-americano. Elas aguardam deportação nos EUA, acusadas de crimes ligados a tentativa de golpe e com mandados de prisão no Brasil.
Elas fazem parte do grupo que deixou o Brasil no primeiro semestre de 2024 e se fixaram na Argentina. As mulheres fugiram para os EUA no fim do ano passado após pedido de extradição do Supremo Tribunal Federal (STF). A fuga visava refúgio político com o governo de Donald Trump, aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro. Outros fugitivos ainda estão na América Latina (Argentina, Colômbia e Peru) com o intuito de evitar extradição.
Raquel Souza Lopes, de Joinville (SC), que tentou entrar nos EUA em 12 de janeiro, está presa na detenção da ICE em Raymondville, no Texas. Rosana Maciel Gomes, de Goiânia (GO); Michely Paiva Alves, de Limeira (SP), e Cristiane da Silva, de Balneário Camboriú (SC), que tentaram entrar nos EUA em 21 de janeiro, estão presas na detenção da ICE em El Paso, no Texas.
A advogada de Raquel no STF abandonou o caso no mês de dezembro. O filho de Raquel, Acenil Francisco, disse que a família "está correndo atrás de um advogado para fazer a defesa dela". A defesa de Rosana no STF, disse que "quando [Rosana] entrou no Palácio do Planalto viu que os bens públicos estavam danificados e não danificou qualquer bem, tanto que ficou em estado de choque de ver uma situação daquela". A defesa dela disse que não poderia comentar sua situação no exterior.
A defesa de Michely disse que "não há provas de que a acusada depredou o Congresso Nacional, bem como [de que] participa de movimentos criminosos". O Uol procurou seus advogados, mas não obteve esclarecimentos sobre a sua situação nos EUA. A defesa de Cristiane afirmou ao STF que ela "não estava envolvida no protesto e sequer esteve acampada durante dias" para incitar as Forças Armadas a darem um golpe. Ela disse que foi a Brasília "para passear". A defesa disse também que estão sendo tomadas medidas para resolver a situação dela nos EUA.
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