Foi preso, na última segunda-feira (24), o ex-policial do Bope do Rio de Janeiro, Ronny Pessanha de Oliveira, acusado de usar táticas aprendidas na corporação para treinar traficantes do Comando Vermelho (CV). Ele foi capturado na comunidade da Muzema durante uma operação que mira o avanço da facção na Zona Oeste da cidade.
Segundo as investigações, Ronny é considerado uma "peça-chave" na logística e no treinamento do CV, visando combater facções rivais e enfrentar operações policiais. Além disso, ele coordenava atividades criminosas em locais com pontos de venda de drogas.
Ronny foi expulso do Bope em 2023, quando passou a atuar diretamente para o tráfico. Antes disso, foi investigado por envolvimento com a milícia em regiões como Muzema, Itanhangá e Rio das Pedras, onde cobrava taxas e exploravas imóveis com uso de violência. Em 2024, chegou a ser preso acusado de realizar uma falsa blitz, mas pagou R$ 8 mil de fiança e foi liberado.
Ainda de acordo com as investigações, o ex-PM mantinha uma empresa de segurança privada, a Skull 47, em sociedade com a mãe, Elaine da Silva Pessanha de Oliveira, com capital social de R$ 50 mil. O negócio, segundo a polícia, servia como fachada para movimentações ilícitas e lavagem de dinheiro, tendo movimentado, pelo menos R$ 5 milhões em um ano.
Vida de luxo
Ronny fazia questão de exibir uma vida cercada de luxo em suas postagens. Ele chegou a compartilhar vídeos dirigindo uma McLaren avaliada em R$ 3 milhões, além de fotos à beira-mar.
Além da empresa de segurança privada, o ex-PM também administrava um negócio de aluguel de jet skis sob a marca JetSkull. "No Grupo Skull você encontra tudo, desde passeios náuticos até treinamento e segurança", diz um dos anúncios nas redes sociais.
As investigações seguem para apurar o montante exato de dinheiro movimentado pela Skull 47. A mãe do ex-policial segue foragida.
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