A Operação Mafiusi, que desmontou uma rede internacional de tráfico de drogas associada ao Primeiro Comando da Capital (PCC) e à máfia italiana, agora está mirando suspeitas de lavagem de dinheiro. A informação é do jornal O Estado de São Paulo.
Segundo informações de um delator, a Polícia Federal rastreou movimentações financeiras de um alto custo em contas de pessoas jurídicas associadas à organização criminosa. Entre os nomes investigados, estão o do cantor Gusttavo Lima, o pastor Valdemiro Santiago e o bicheiro Adilson Oliveira Coutinho Filho, conhecido como Adilsinho.
Mesmo sem estarem incluídos como indiciados, eles serão chamados para prestar depoimentos. Gusttavo Lima, que é cotado para ser vice em uma possível chapa presidencial liderada pelo governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), negou qualquer irregularidade. O sertanejo alegou que a transição mencionada é referida à compra legal de uma aeronave. os demais mencionados ainda não se manifestaram.
A operação, que está sob tutela da 13ª Vara Criminal Federal de Curitiba (a mesma da Operação Lava Jato), foi impulsionada por delações, incluindo a de Marco José de Oliveira. O empresário Willian Barile Agati, conhecido como “concierge do PCC”, é apontado como o responsável por manter a rede de transferências da facção. Ele está preso desde janeiro, mas seu advogado, Eduardo Maurício, defende sua inocência, alegando que Agati é um “empresário idôneo e legítimo”.
A PF também identificou empresas suspeitas de atuar como fachadas para ocultar a origem ilícita de recursos. Entre elas, se destacam a Starway Locação de Veículos e a Starway Multimarcas, que movimentaram R$ 454,3 milhões entre os anos de 2020 e 2023. A investigação também levou a representante legal da Aeroplan Aviação Ltda. e de outras quatro empresas, a empresária Maribel Golin. Conforme a PF, ela mantem uma relação próxima com o ‘concierge do PCC’ e suas transferências somaram pouco mais de R$ 1 bilhão na época analisada, com apenas 3,44% declarados como fontes de receita legítimas.
A Balada Eventos e Produções Ltda., empresa de Gusttavo Lima, foi citada por repassar R$ 57,5 milhões à JBT Empreendimentos, uma das empresas de Maribel. A polícia federal ainda apontou que documentos que justificam as transações não foram localizados, sugerindo que o fluxo financeiro não condiz com o padrão usual de pagamentos de cachês ou atividades parecidas. A Balada Eventos negou irregularidades, afirmando que a transação foi legal e registrada na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
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