O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou, na manhã deste sábado (20), da reunião da cúpula do Mercosul, em Foz do Iguaçu, no Paraná. Em seu discurso, o petista não poupou críticas à presença militar dos Estados Unidos na América do Sul. O país norte-americano vem sinalizando que deve realizar uma intervenção militar na Venezuela.
Ainda de acordo com Lula, a ação armada estadunidense contra a Venezuela seria uma "catástrofe humanitária" para o hemisfério sul, podendo abrir um "precedente perigoso para o mundo".
"Passadas mais de quatro décadas desde a Guerra das Malvinas, o continente sul-americano volta a ser assombrado pela presença militar de uma potência extrarregional. Os limites do direito internacional estão sendo testados. Uma intervenção armada na Venezuela seria uma catástrofe humanitária para o hemisfério e um precedente perigoso para o mundo", disse Lula em seu discurso.
Estados Unidos e Venezuela vivem um aumento de tensões há meses. Desde agosto, o país liderado por Donald Trump movimenta um aparato militar no Caribe, inicialmente sob a justificativa de uma operação contra o tráfico internacional de drogas.
Além disso, Trump já acusou o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, de usar petróleo para financiar o que chamou de “regime ilegítimo” e “terrorismo ligado a drogas, tráfico de pessoas, assassinatos e sequestros”. Maduro acusa o norte-americano de tentar derrubar seu regime.
Lula tenta evitar conflito
Nesta semana, o presidente brasileiro revelou que pretende conversar com o presidente dos Estados Unidos antes do Natal para evitar um conflito na América Latina.
"Não queremos guerra no nosso continente. Todo dia tem uma ameaça no jornal e nós estamos preocupados. Agora, vai chegar o Natal e talvez eu tenha que conversar com Trump outra vez pra saber o que é possível o Brasil contribuir para um acordo diplomático e não para a guerra", afirmou Lula.
"Eu tive a oportunidade de conversar com Maduro por quase 40 minutos, e depois com Trump. Falei para o Trump da preocupação do Brasil com a situação da Venezuela, que isso aqui é uma zona de paz, não é zona de guerra. Que as coisas não se resolvem dando tiro", emendou.
Na reunião ministerial, também realizada nesta semana, Lula citou recentes conversas que teve com Trump. O presidente brasileiro revelou que disse ao norte-americano que conversar "é mais barato do que fazer guerra".
"Eu falei pro Trump: 'Oh, Trump, fica mais barato conversar e menos sofrível conversar do que [fazer] guerra. Se a gente acreditar no poder do argumento, da palavra, a gente evita muita confusão na vida dos países'", relatou Lula.
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