A publicitária Danielle Miranda Fonteles foi um dos alvos da nova etapa da Operação Sem Desconto, realizada pela Polícia Federal na última quinta-feira (18).
Ela é ex-dona da agência Pepper Comunicação Interativa e ficou conhecida por trabalhar em campanhas do PT.
A investigação a aponta como uma pessoa importante em uma rede internacional de lavagem de dinheiro ligada a fraudes em aposentadorias do INSS.
De acordo com a PF, Danielle tinha ligação direta com Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS” e considerado o chefe do esquema que movimentou bilhões.
Em mensagens captadas pela polícia, ele a chamava de “sócia Portugal”, pois ela teria representado o grupo nesse país e gerenciado dinheiro lá.
A polícia diz que Danielle fazia a ligação entre o grupo no Brasil e estruturas financeiras na Europa, principalmente em Portugal e na Alemanha.
Ela negociava investimentos, preparava propostas para compra de imóveis e administrava projetos no exterior.
Os investigadores identificaram transferências de mais de R$ 13 milhões para ela.
Por decisão do ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), Danielle teve que cumprir medidas alternativas à prisão, como usar tornozeleira eletrônica e entregar o passaporte.
Na decisão, o ministro destacou as mensagens que mostram a participação dela. “A PF demonstra que DANIELLE recebe mensalmente valores enviados por ANTÔNIO e atua como intermediária em aquisições internacionais de ativos”, afirmou o ministro.
Danielle ficou famosa no país como responsável pelo marketing do PT. Ela fundou a Pepper Comunicação Interativa, participou da equipe de comunicação da campanha de Dilma Rousseff em 2010 e trabalhou para Fernando Pimentel e Rui Costa.
Em 2015, a agência dela foi investigada na Operação Acrônimo, que apurava contratos falsos e repasses ilegais para campanhas do PT. Na época, Danielle fez acordo de delação premiada, contou sobre pagamentos disfarçados e operações no exterior. Depois do escândalo, ela fechou a agência e se afastou da vida pública.
Agora, com o avanço da Operação Sem Desconto, ela voltou a ser investigada, desta vez como ligação internacional do esquema do “Careca do INSS”.
Os advogados de Danielle dizem que o dinheiro recebido era referente à negociação de um imóvel em Trancoso, no sul da Bahia, que valia cerca de R$ 13 milhões. Segundo eles, o pagamento era parcelado, a venda não foi concluída e todo o valor foi declarado à Receita Federal, com impostos pagos.
A Polícia Federal não acredita nessa explicação. Para os investigadores, há sinais de que a suposta venda do imóvel serviu para esconder a verdadeira relação entre Danielle e Antunes.
Em documento enviado ao STF, a PF disse que o negócio teria servido para “simular legalidade” nas operações financeiras do grupo.
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