Por Jorge Apolônio, Policial Federal e integrante da Academia Serra-talhadense de Letras (ASL)
O presidente Tancredo Neves, falecido avô de Aécio Neves, dizia que, em política, o feio é perder. Errado. Ainda bem que seu neto não aprendeu isso. Aécio perdeu a eleição com altivez, com dignidade, ladeado por 51 milhões de eleitores, perdeu ganhando.
Em política, ainda que se vença a eleição, o feio é apelar para o vale-tudo, a baixaria, a mentira a demonização do adversário. E foi isso que o PT fez com Eduardo Campos, Marina Silva e Aécio Neves para vencer.
Nunca antes na história deste país se fez uma campanha eleitoral tão sórdida, de tão baixo nível para a presidência da república. O PT ganhou, mas, por isso, ganhou perdendo.
O PT prega a divisão da nação com o discurso raivoso do nós (os partidários do petismo) contra eles (os não partidários do PT), os ricos contra os pobres, o Sul contra o Nordeste. E a que chegamos? À divisão da nação. Em público, Dilma não admite esse fato, mas é a realidade, infelizmente. Ela sabe disso e não tem competência para consumar a reunificação. O que é péssimo.
Olhando o mapa da eleição, você verá que Dilma venceu preponderantemente onde os bolsa-família é forte. O país virou refém desse programa e, por causa dele, refém do PT. Isso não é nada bom. Observa-se que a parcela da nação que banca o bolsa-família não quer o PT. Ao contrário da parcela da nação que recebe. Em consequência disso, o preconceito contra os nordestinos vai se acirrando, lamentavelmente. Como diz o ditado, quem semeia ventos colhe tempestades, Lula.
Enfim, Dilma ganha mais quatro anos de governo, porém com a alta possibilidade de não concluí-los. Por quê? Porque no meio do caminho havia uma Petrobras e ali um desfalque bilionário e um escândalo político sem proporções na história brasileira que derrubará políticos de diversos cargos, talvez até a própria Dilma. Haverá até prisões, como já houve para Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef (que, por ironia, rima com Roussef). Quem viver chorará (parodiando Fagner, que, por sua vez, parodia o ditado popular). Acorda, Brasil! (Farol de Notícias)
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