O pintor Flávio Rodrigues, de
Petrolina, no Sertão de Pernambuco, viveu há quase um mês a emoção de levar
para casa, em seus braços, sua terceira filha biológica, Valentina. Um retorno
difícil, já que a esposa Lucimar dos Santos, de 33 anos, deu à luz em estado de
coma, no Hospital Dom Malan.
Há quatro meses, o pai se divide entre o trabalho, os
cuidados com os filhos, as visitas à mulher e a saudade de ter a família
reunida. Neste domingo (12), o dia dos pais de Flávio também será dividido.
“Vou ficar com os meninos na parte da manhã e com minha esposa na parte da
tarde, na visita”, conta.
Flávio e Lucimar são casados há cinco anos. No dia 5 de
abril, Lucimar deu entrada no Hospital Dom Malan e, após investigação do caso,
teve o diagnóstico da síndrome de Guillain-Barré. A equipe médica seguiu com a
gestação até o dia 16 de julho, quando Valentina nasceu com 34 semanas, pesando
2,365 Kg.
"Ela estava com dormência nas mãos e nas pernas e teve
que fazer uma bateria de exames. Mas, ela piorou e foi entubada, sofreu duas
paradas cardíacas e entrou em coma. Aí os médicos tiveram que fazer uma
cesariana para tirar a Valentina", explica.
A pequena Valentina teve alta, mas Lucimar segue em estado
vegetativo. Mesmo com essa situação, o pai não conteve a emoção durante o
nascimento da filha. "O amor já era grande. A coisa mais bonita foi ver
aquela criança tão pequena e tão guerreira, que venceu aquela luta grande. E
sei que ela e a mãe são duas guerreiras", disse.
A família é grande. São sete irmãos, três filhos do casal: Diego (5
anos), Flávia (3 anos) e Valentina (1 mês) e mais quatro de outros
relacionamentos de Lucimar: Geiciele (16 anos), Débora (14 anos), Manaceia (11
anos) e Emily (10 anos).
"A gente sempre morou
junto. Apesar da situação, eu tenho muito orgulho tanto dos meus filhos quanto
dos dela. Pra mim é uma dávida que Deus colocou na vida da gente. Poder educar,
fazer um ser humano uma pessoa boa. Eu me sinto muito grato a Deus",
ressalta.
Infelizmente, a doença de Lucimar
separou a família."Todos os dias eu visito a minha mulher. A recém-nascida
Valentina e a Emily estão ficando com a tia dela e toda noite eu vou lá. Elas
passam o final de semana comigo. Os meus dois filhos pequenos ficam comigo e o
meu pai. E os outros filhos dela estão com o pai deles, porque eu não tenho
como cuidar de todos, e tenho que trabalhar para obter o pão", comenta
Flávio.
Com todas as dificuldades, Flávio tenta se manter forte e a
ansiedade é grande de ter a família completa outra vez. "Meus filhos
perguntam direto pela mãe e eu falo que ela está doente e que ela vai vir logo
para casa. Eu peço todo à noite a Deus que recupere a saúde dela e reúna a
minha família de novo. Sinto muito falta da casa cheia. E espero que Deus
restitua a minha família", diz emocionado. (Via: G1 Petrolina)
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