Em um debate pulverizado, oito
dos 13 presidenciáveis anunciaram suas propostas, nesta quinta-feira (9), na TV
Bandeirantes, na largada dos embates até as eleições de outubro.
Participaram Álvaro Dias (Podemos), Cabo Daciolo (Patriota), Ciro Gomes
(PDT), Geraldo Alckmin (PSDB), Guilherme Boulos (PSOL), Henrique Meirelles
(MDB), Jair Bolsonaro (PSL) e Marina Silva (Rede). O candidato do PT, Luiz
Inácio Lula da Silva, preso em Curitiba, foi impedido de comparecer. O programa
foi mediado pelo jornalista Ricardo Boechat.
Baseado em critério legal, todos os candidatos com coligações com mais de
cinco congressistas têm direito de participar.
Na primeira rodada de perguntas, os candidatos patinaram em responder de
forma objetiva sobre medidas para superar a crise, gerar emprego e renda, mas
de maneira geral sinalizaram a urgência em novas arrumações no modelo econômico
do país.
Já no segundo bloco, o ponto alto foi um questionamento feito por
jornalistas sobre aborto que gerou confronto direto entre Boulos e Marina
Silva.
“Não somos a favor do aborto, somos a favor que as mulheres tenham direito
de decidir [...] no nosso governo o aborto não vai ser tema do Código Penal,
vai ser do SUS, é questão de saúde pública”.
Marina, por vez, considerou que o tema é “complexo” e que manteria o que
está previsto atualmente em lei, podendo realizar plebiscito caso haja pleito
no sentido de ampliar a legislação da matéria.
A partir do terceiro bloco, com nova rodada de embates diretos, os
candidatos trouxeram à tona questões mais pontuais, como a operação Lava Jato,
que passaria a ser institucionalizada conforme proposta de Álvaro Dias. “Uma
tropa de elite contra a corrupção”, resumiu, ao citar que convidaria o juiz
federal Sérgio Moro para ser ministro da Justiça.
Questionado por Meireles sobre posicionamento editorial do PSDB que tratou
o Bolsa Família como “populismo rasteiro”, Geraldo Alckmin prometeu “ampliar” o
alcance do programa.
Meireles, por sua vez, foi apontado por Guilherme Boulos como “candidato
de Temer” e expandiu o ataque a outros adversários. “Aqui tem 50 tons de
Temer”.
“Eu sou o candidato do emprego, da renda e do crescimento”, rebateu o
postulante do MDB, acentuando que não trabalhou para Lula, nem para Temer, mas
“trabalhou para o Brasil”.
Em tréplica, Boulos sustentou que Meireles é banqueiro e que milita por
interesses diferentes dos da maioria da população. “É raposa cuidando do galinheiro”.
Já Ciro Gomes, anunciou que, se eleito, ajudará os brasileiros endividados
a ficarem com o nome limpo.
Quando o tema em debate foi corrupção de agentes políticos em cargos
públicos, o candidato Geraldo Alckmin disse que, em seu eventual governo, vai
“escolher os melhores quadros da sociedade, não precisa ser de partido”. Ele
declarou ainda que as “agências reguladoras ficarão a mil quilômetros de
partidos políticos”.
“A forma como se ganha determina a forma como se governa”, ponderou Marina
ao criticar a composição de Alckmin com partidos do grupo que ficou como
Centrão, tornando, segundo ela, frágil a promessa do tucano. (Via: Folhapress)
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