O presidente Michel Temer (MDB) tem ficado
em 2º plano em relação ao futuro ocupante do cargo, Jair Bolsonaro (PSL). O
emedebista iniciou neste sábado (1º) seu último mês à frente da Presidência.
Sede
do governo de transição de Bolsonaro, o CCBB (Centro Cultural do Banco do
Brasil) Brasília passou a ser mais visado pela maioria dos deputados e
senadores atuais e recém-eleitos do que o Palácio do Planalto, onde Temer fica.
Representantes
de frentes temáticas no Congresso passaram a visitar o CCBB em busca de um encontro
com Bolsonaro ou com o futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni. Também
tentam emplacar nomes para a futura gestão e estreitar laços de olho em 2019.
Nesta
semana, o próprio Bolsonaro afirmou receber de uma vez cerca de 60 deputados de
diferentes frentes.
Na
última quarta-feira (28), dezenas de deputados chegaram ao local pouco
antes da confirmação de novos ministros. Diziam que vinham para
o anúncio de Marcelo Álvaro Antônio (PSL-MG) para Turismo. O
congressista nem havia sido confirmado no CCBB ou no Twitter, como é
praxe.
Visando
ao apoio do capitão da reserva, pré-candidatos ao comando da Câmara também têm
tentado chegar ao futuro presidente. Fábio Ramalho (MDB-MG) é um deles. O
deputado visitou Bolsonaro, mas saiu sem a promessa de apoio.
Michel
Temer tem feito reuniões com deputados e senadores. A maioria, no entanto, é
composta por aliados usuais do Planalto, como o líder do governo no Congresso,
André Moura (PSC-SE). Mesmo aliados frequentes –como o deputado Beto Mansur
(MDB-SP) ou os presidentes do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), e da Câmara,
Rodrigo Maia (DEM-RJ)–, reduziram a frequência das visitas oficiais ao
emedebista.
Na
agenda do atual presidente, os eventos mais comuns são reuniões com ministros
que ficam no próprio Palácio do Planalto, como Carlos Marun (Secretaria de
Governo), Eliseu Padilha (Casa Civil), Gustavo Rocha (Direitos Humanos) e
Sérgio Etchegoyen (Gabinete de Segurança Institucional).
O
centro de atenção da imprensa também tem sido o CCBB. As falas quase diárias à
imprensa de um dos principais porta-vozes do Planalto, o ministro da Secretaria
de Governo da Presidência da República, Carlos Marun, tornaram-se menos
frequentes.
Apesar
de ter ocupado a Presidência só uma vez, Temer optou por não tentar a reeleição
devido à alta rejeição de seu governo e à inviabilidade de alianças de seu
partido.
Logo
após a eleição de Bolsonaro, Temer afirmou estar disposto a colaborar com a
gestão do militar. Disse que receberia sugestões de projetos de interesse para
serem aprovados no Congresso e sinalizou a intenção de pautar a reforma da
Previdência na Câmara. Bolsonaro preferiu deixar as tentativas para 2019,
quando estará à frente do governo.
Temer
também não tem conseguido avançar no Congresso com seus próprios projetos. Um
dos motivos é a desmobilização de partidos aliados pela não reeleição de
grandes quadros do MDB.
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