Depois de evitar dar entrevistas
em Brasília esta semana, o presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), admitiu ter
um "problema pela frente" ao citar apuração que envolve um
ex-assessor de seu filho, o senador eleito Flavio Bolsonaro (PSL-RJ).
Em transmissão feita pelas redes sociais na noite desta quarta-feira (12),
Bolsonaro nega que ele e o filho sejam investigados.
"Se algo estiver errado, que seja comigo, com meu filho, com o
Queiroz, que paguemos aí a conta deste erro que nós não podemos comungar com
erro de ninguém. Da minha parte estou aberto a quem quiser fazer pergunta sobre
este assunto", afirmou.
Apesar de ter dito estar disponível para esclarecimentos, Bolsonaro rompeu
nesta semana com o hábito de falar com a imprensa nos intervalos de suas
agendas em Brasília.
Ele chegou à capital federal na segunda (10) para ser diplomado presidente
em cerimônia no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e, desde então, não concedeu
entrevistas como vinha fazendo desde o início da transição.
Um relatório do Coaf (Conselho de Controle das Atividades Financeiras) apontou
movimentação atípica do policial militar Fabrício Queiroz, ex-assessor de
Flávio. De acordo com o órgão, Queiroz movimentou R$ 1,2 milhão entre janeiro
de 2016 e janeiro de 2017.
O caso foi revelado pelo jornal O Estado de S. Paulo e a reportagem afirma
que uma das transações de Queiroz citadas no relatório do Coaf é um cheque de
R$ 24 mil destinado à futura primeira-dama, Michelle Bolsonaro.
Na transmissão desta quarta, Bolsonaro não menciona o cheque para a
mulher. Ao site O Antagonista, na sexta-feira (7), ele disse que o valor era
referente a uma dívida de Queiroz com ele mesmo e justificou o depósito para
sua mulher por não ter tempo de ir ao banco.
Bolsonaro disse nesta quarta que o caso "dói no coração" e pede
que seja esclarecido o quanto antes.
"Deixo bem claro que eu não sou investigado, meu filho Flavio não é
investigado e, pelo que me consta, este ex-assessor nosso será ouvido na semana
que vem, onde a gente espera que ele dê os devidos esclarecimentos pro que vem
acontecendo", afirmou.
O presidente eleito disse que nem mesmo Queiroz era investigado "foi
um vazamento que houve ali".
"Não sou contra vazamento, tem que vazar tudo mesmo. Nem devia ter
nada reservado. Tem que botar tudo pra fora e chegar à conclusão. Dói no
coração da gente? Dói porque o que nós temos de mais firme é o combate à
corrupção. E aconteça o que acontecer enquanto for presidente, nós vamos
combater a corrupção usando todas armas do governo. Inclusive com o próprio
Coaf", afirmou.
O relatório envolvendo Queiroz foi produzido pelo Coaf como parte da
Operação Furna da Onça, desdobramento da Lava Jato.
Deflagrada há um mês, a operação prendeu sete deputados da Assembleia do Rio,
além de expedir novos mandados de prisão a outros três que já estavam detidos.
Eles são suspeitos de receber mesada para apoiar o ex-governador do Rio Sérgio
Cabral, condenado por corrupção. Flávio Bolsonaro, que é atualmente deputado
estadual no Rio, não estava entre os alvos da operação. (Via: Agência Brasil)
Blog: O Povo com a Notícia
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