Sem que os torcedores tenham percebido,
partidas do Campeonato Brasileiro, Copa do Brasil e Libertadores estão sendo
utilizadas para a realização de testes de segurança e mobilidade para a Copa
América. A atuação dos policiais já resultou na apreensão de drogas e na
proibição da entrada de torcedores nos estádios e vai continuar até o dia 9 de
junho nas seis arenas da competição no País: Arena Corinthians, Arena do
Grêmio, Fonte Nova, Maracanã, Mineirão e Morumbi.
Na
partida entre São Paulo e Flamengo, na segunda rodada do Brasileirão, por
exemplo, atiradores de elite foram posicionados nos refletores do Morumbi e
policiais à paisana circularam durante o jogo pelo estádio. O Morumbi receberá
a abertura da Copa América no dia 14 de junho, entre Brasil e Bolívia, e a
preocupação dos policiais é com o posicionamento dos snipers que fazem a
segurança do presidente da República, Jair Bolsonaro. A previsão é de que
Bolsonaro e o governador João Doria assistam a partida nos camarotes do Morumbi
ao lado de chefes de Estado e autoridades da Fifa e também da Conmebol.
Na
quarta rodada do Brasileiro, no jogo entre Corinthians e Grêmio, em Itaquera,
as autoridades fizeram testes no programa de reconhecimento facial para identificar
torcedores impedidos de entrar nos estádios. A Copa América será o primeiro
evento no Brasil a contar com essa tecnologia.
O
mesmo ensaio foi feito na Arena do Grêmio, em Porto Alegre, durante a partida
contra o Rosário Central, pela Libertadores, em abril. Três argentinos que
estavam impedidos pela Justiça do país vizinho de frequentar estádios acabaram
identificados. Os barras-bravas foram levados à delegacia e não puderam
assistir ao jogo.
O
ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, baixou portaria na semana
passada que determina o impedimento da entrada no Brasil de torcedores
violentos durante o período da Copa América – de 14 de julho a 7 de julho. Uma
lista de estrangeiros com histórico de brigas no futebol será distribuída em
postos da Polícia Federal nos aeroportos e rodovias. Aqueles que tentarem
entrar no Brasil serão barrados.
Ainda
como parte dos testes para a Copa América, um posto do IGP (Instituto Geral de
Perícias) de Porto Alegre foi montado na Arena do Grêmio em três jogos do
clube: contra Rosário Central e Universidade Católica, pela Libertadores, e
diante do Internacional, pelo Campeonato Gaúcho. Testes feitos por peritos e
papiloscopistas do IGP detectaram maconha e cocaína no local e 14 pessoas foram
identificadas por meio de exames das impressões digitais.
Na
próxima semana, o Ministério da Justiça e Segurança Pública vai promover na
Bahia encontro com representantes de Belo Horizonte, Porto Alegre, Rio de
Janeiro, Salvador e São Paulo para alinhar protocolos de segurança que serão
adotados durante a Copa América.
O
torneio terá 26 jogos em seis estádios de cinco capitais. As partidas serão
realizadas entre 14 de junho (abertura em São Paulo) e 7 de julho (final no
Rio). A decisão será no Maracanã. Doze times disputarão o torneio. Catar e
Japão, campeão e vice da Ásia, respectivamente, participarão como convidados.
De
acordo com o Comitê Organizador Local, mais de 450 mil ingressos já foram
vendidos para torcedores de 106 países. A delegação que mais preocupa é a da
seleção do Catar e haverá reforço na segurança, com policiais do esquadrão
antibomba nos aeroportos, hotéis, centros de treinamento e estádios por onde os
árabes passarão. “Até o momento, nosso departamento de inteligência fez alguns
levantamentos e pesquisas e ainda não temos nada que possa indicar
vulnerabilidade ou risco para a seleção do Catar”, diz César Saad, delegado de
polícia responsável pela segurança da Copa América em São Paulo.
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