O ex-presidente Michel Temer vai se
apresentar hoje (09), à Justiça. Ontem, o Tribunal Regional Federal da 2ª
Região determinou a volta à prisão preventiva para Temer e o coronel João
Baptista Lima, acusado de ser operador financeiro do emedebista. Por 2 votos a
1, a Primeira Turma do tribunal decidiu pela revogação do habeas corpus que
garantiu a saída deles da prisão no Rio de Janeiro, no fim de março.
—
Já falei com o advogado. Ele apresentará um habeas corpus ao Superior Tribunal
de Justiça. Vou defender os meus direitos até o fim – afirmou. — Vou me
apresentar regularmente, não tenho nenhum problema com isso. Na primeira vez,
fui muito adequadamente tratado pela Polícia Federal. Lamentavelmente foi (uma
surpresa), afirmou.
O local da prisão será decidida pela juíza federal Caroline Figueiredo, que está substituindo o juiz Marcelo Bretas nas férias.
Em 21
de março, Temer, coronel Lima e mais seis pessoas foram presas pela Polícia
Federal na Operação Descontaminação, que apurou o desvio de dinheiro público
nas obras da Usina Angra 3. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), o
ex-presidente e seu grupo político receberam R$ 1,8 bilhão em propinas pagas
pelo consórcio responsável pelas obras.
Temer
permaneceu quatro dias preso em uma sala de 20 metros quadrados no terceiro
andar da Superintendência da Polícia Federal no Rio. O ex-presidente foi solto
após a decisão do desembargador Antonio Ivan Athié de lhe conceder um habeas
corpus.
O ex-ministro e ex-governador do Rio Moreira Franco, que também foi preso na ocasião, além de outros cinco acusados, tiveram os habeas corpus mantidos por unanimidade ontem.
Propina por contratos
Parte
das investigações contra Temer foi motivada pela delação de José Antunes
Sobrinho, ex-sócio da Engevix, homologada em outubro do ano passado. Ele disse
ter pago, em 2014, R$ 1,1 milhão de propina a pedido de coronel Lima e do
ex-ministro Moreira Franco, com anuência do ex-presidente.
Antunes
também informou à força-tarefa da Lava-Jato que foi procurado por Lima em 2010.
Na ocasião, segundo ele, o coronel prometeu interferir no projeto da obra de
Angra 3, com o aval de Temer, em troca do pagamento de propina.
A
empresa Argeplan, do coronel Lima, participou de um contrato de R$ 162 milhões
com a Eletronuclear para atuar nas obras de Angra 3, em parceria com a AF
Consult, empresa que teve sedes na Suíça e Finlândia. A construtora Engevix
tocaria a obra como subcontratada.
Blog: O Povo com a Notícia