A versão digital do Exame Nacional
do Ensino Médio (Enem) vai possibilitar novos tipos de questão na prova,
utilizando vídeos, infográficos e até mesmo poderá seguir a lógica dos games.
O anúncio da prova por computador foi feito nesta quarta-feira (3) pelo
Ministério da Educação (MEC), em Brasília. O exame terá uma versão piloto
optativa em 2020, para 50 mil candidatos.
A partir de 2026, todos os estudantes farão a prova exclusivamente por
meios digitais. Segundo o ministro da Educação, Abraham Weintraub, a
digitalização vai ao encontro do que está sendo feito no restante do mundo,
além de possibilitar economia com a impressão de provas.
A digitalização do Enem não é ideia nova, mas esta é a primeira vez que o
exame feito por computador valerá pontos e poderá ser usado para acesso ao
ensino superior.
Outra vantagem, de acordo com o MEC, é a rapidez na correção.
“Objetivamente, a pessoa pode receber a prova dela no celular já corrigida
e verificar se concorda ou se teve algum erro de registro. Vai ter o
comprovante em arquivo, tudo certinho”, disse hoje Weintraub. A redação também
será feita pelo computador, digitada.
Acesso a
computadores
Um desafio será o acesso a computadores e outros meios digitais em um país
onde muitas escolas não possuem os equipamentos. De acordo com o Censo Escolar
2018, 38% das escolas públicas têm laboratório de informática e 67%, acesso à
internet.
O ministro acredita que até 2026, quando a versão em papel deixará de ser
aplicada e a versão digital será a única disponível, a realidade brasileira
terá mudado.
Para a aplicação e realização do exame, o Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) irá contratar um consórcio
aplicador e caberá a essa organização providenciar os equipamentos para que os
estudantes possam realizar as provas.
Poderão ser usadas as instalações de universidades e de outros locais. O
MEC não irá comprar computadores, vai usar a capacidade instalada, de acordo
com o presidente do Inep, Alexandre Lopes.
“Isso já acontece hoje. O Enem é aplicado por parcerias que assinamos. A
rede municipal e estadual não é suficiente para aplicação em papel. Usamos as
universidades e já alugamos espaços. O consórcio será responsável pelas salas
com estrutura de aplicação digital”, explicou Lopes.
Novo ensino
médio
O formato digital também possibilitará, segundo o Ministério da Educação,
a adequação, sem custos adicionais, ao novo ensino médio.
Pelo novo modelo, que ainda está em fase de implementação, os estudantes
terão uma formação comum, definida pela Base Nacional Comum Curricular, e
poderão, no restante da formação, escolher uma especialização por itinerários
formativos. Os itinerários são: linguagens, matemática, ciências da natureza,
ciências humanas e ensino técnico.
A intenção é que, quando o modelo estiver em prática, o que deverá ocorrer
em 2021, o Enem também se adeque, passando a oferecer várias opções de prova
para cada itinerário escolhido pelo estudante, além de avaliar a parte comum. A
prova digital vai evitar que várias versões diferentes tenham que ser impressas.
Enem 2020 já
tem datas definidas
O Enem 2020 já tem data. De acordo com o MEC, o exame será aplicado em
dois domingos, nos dias 11 e 18 de outubro no formato digital. O Enem regular,
em papel, será aplicado, aos demais estudantes nos dias 1º e 8 de novembro.
Como se trata de projeto-piloto, os estudantes que tiverem algum problema
com a prova digital terão direito a refazer o exame na reaplicação, que
atualmente é destinada a estudantes que foram prejudicados por questões como
falta de energia elétrica, chuvas e outras intercorrências.
O exame será aplicado na versão digital no ano que vem em Belém (PA), Belo
Horizonte (MG), Brasília (DF), Campo Grande (MS), Cuiabá (MT), Curitiba (PR),
Florianópolis (SC), Goiânia (GO), João Pessoa (PB), Manaus (AM), Porto Alegre
(RS), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA) e São Paulo (SP). (Via: Agência Brasil)
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